Veni Emmanuel!
Para todos os meus queridos, especialmente para as amigas
Eliane e Taciana Nassif
Por Elizabeth Gomes
Está chegando o dia em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo e, ao ler mensagens de amigos do mundo inteiro, não posso deixar de ler nas entrelinhas o sofrimento de muitos deles. Talvez uns dez (que eu saiba) estejam enfrentando a dor da descoberta ou difusão de um ou muitos cânceres. Cansados de diagnósticos e tratamentos, de desejos de vitórias e curas, alguns, como Jó, glorificam a Deus afirmando “Sei que meu Redentor vive” e trazem ânimo e alento para outros irmãos. Outros não sabem nem por onde começar a pedir misericórdia ao Pai de Amor.
O período de festas é também um tempo quando muitos lembram as carências: um casamento rompido, uma amizade ferida, uma igreja em lutas internas e externas.
Eu me lembro de um 25 de Dezembro, há anos, quando fomos passar a festa em Araras, com os pais do Lau, e encontramos a casa vazia e a empregada respondendo à nossa pergunta sobre onde estavam, com um lacônico: “No hospital”. A paleta de carneiro que eu preparara e os cookies ficaram em cima da mesa, os presentes que trouxemos ainda no carro. Fomos direto ao hospital que testemunhara o nascimento de nossos filhos e tantas surpresas agradáveis. Ali encontramos Da. Eulina junto ao leito do sempre alegre – agora mudo – Sr. Wadislau. Com os familiares estava a vigília: longa e entediante, intercalada com chegada de diversos parentes amados que vinham à medida que sabiam da notícia. “Que ele viva – ainda que tenha de ficar de cadeira de rodas!” foi uma súplica a Deus. Mas Deus escolheu levá-lo, fazendo-o viver numa esplendida eternidade sem dor, na presença do Senhor da Vida – no dia em que fazia aniversário – 26 de dezembro; sua partida partia nosso coração, mas ele foi em paz. Em vez de “Noite Jubilosa”, cantamos seu coro predileto: “Que a beleza de Cristo se veja em mim / Toda sua admirável pureza e amor…” e vimo-lo partir, calmo, sereno e tranquilo. Minha querida segunda mãe perdera o companheiro de quarenta e seis anos – “Queria tanto fazer bodas de ouro!” ela suspirava. Meu companheiro de vida tinha perdido seu melhor amigo na terra. Mas a beleza de Cristo era visível em cada um cuja vida fora tocada pelo Redentor.
Voltando para as cenas do Natal, conforme as festejamos na igreja de Cristo, lembrei-me de que o primeiro deles, junto com o júbilo de anjos e pastores, estava prenhe de pressentimentos. Um cordeirinho em uma estrebaria – para que, afinal, nascia o Cordeiro de Deus que a mãe colocou na manjedoura? Ele se encarnou para dar a vida pelos que estavam mortos em delitos e pecados. Dar vida, não fazendo com que ficássemos apenas joviais e alegres para festejar o infante Jesus, mas dar vida trinta e três anos mais tarde, consumando todo o plano eterno de Redenção sobre uma tosca, horrenda cruz.
Em Belém, receberam a visita dos sábios da Mesopotâmia que lhe presentearam com ouro, incenso e mirra; e, avisados por um anjo sobre os intentos de Herodes, os magos não voltaram a Jerusalém. A família sagrada fugiu com o Menino para o Egito. A horripilante matança dos inocentes foi o jeito que o mundo se manifestou no nascimento do Rei dos Reis (Mt 2.1-18).
Quando Jesus iniciou seu ministério, aos trinta anos, João Batista anunciou o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E o evangelista João descreve o relato dizendo: O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14).
Para meus amigos que se alegram neste Natal: Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança (Tg 1.17) – desfrutem, aproveitem, regozijem-se em tudo que há de bom e honesto para se alegrar.
Para meus muitos amigos queridos que sofrem neste Natal – ou em outras épocas festivas da vida, o mesmo Tiago partilha: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” (Tg 1.2-5).
Em época do Advento, na Idade Média, monges cantavam: “Ó vem ó vem Emanuel / vem resgatar a Israel / que geme em exílio / sem ter de Deus o Filho. / Regozijai! Emanuel virá a ti ó Israel!” Cantamos porque ele veio. Celebramos porque ele está aqui, Deus conosco! E aprendemos a viver contentes em toda e qualquer situação – porque ele nasceu para nos dar fé confirmada: perseverança a fim de sermos perfeitos e íntegros, em nada deficientes!
Glória a Deus e Feliz natal!
Querida, a mensagem foi um bálsamo para meu coração. Apesar de saber que mamãe goza da presença de Deus nesse momento, sua ausência é doída. Vou compartilhar o texto com meus familiares. Obrigada pela homenagem postando a foto dela com a Bela. Foi realmente um ‘final feliz’. Mamãe nos ensinou a viver e amar intensamente! Beijo