17 de dezembro de 2012

Estrada Real – A ideia

Por Erika Horst

Eu sempre tive vontade de viajar pela Estrada Real. Quando chamei o Eduardo, pensava em ir de carro. Ele sugeriu moto. Topei na hora! Planejamos a viagem para setembro de 2009. Comemoraríamos nossos aniversários na “estrada”!

Isso já faz 3 anos. Como lembrar de tantos detalhes para contar agora? Eu fiz o registro diário de boa parte da viagem num caderninho que ficou esquecido na estante. Quando o encontrei sem querer, foi como se tivéssemos voltado de lá ontem… E as lembranças começaram a emergir do fundo da alma! Tão bom reviver aquela história! Do meio para o final da viagem, os registros foram diminuindo, certamente, em razão do cansaço que foi aumentando…

Para mim, o maior desafio do planejamento foi fazer a mala (ou o baú). Tínhamos dois baús laterais, um para cada! E  um traseiro para as ferramentas, capas de chuva, lanternas, guias, mapas, filmadora, máquina fotográfica, casacos, etc.

Caramba! Íamos passar duas semanas viajando e eu tinha menos que uma mala de bordo pra acomodar toda a minha bagagem!? O resultado foi que o meu conceito daquilo que eu preciso numa viagem teve que mudar, porque definitivamente o meu velho conceito não ia caber naquele baú. Eu fiz um milagre, sabe?! E acabei trazendo de volta algumas peças de roupa sem usar… Nem acreditei! Depois disso, minhas malas nunca mais foram as mesmas.

22/09/2009

Saímos de Brasília rumo à Estrada Real em uma Honda/Varadero. Eram 6h45 e eu já começei a cochilar antes de sair da cidade. Em Cristalina paramos para um café e levei uma bronca, pois numa curva entre Luziânia e Cristalina eu  enverguei e quase fomos  ao chão. Então o Eduardo me amarrou no baú traseiro com uma tira dessas usadas em macas de salvamento. Pude cochilar sossegada, afinal.

Por volta de meio-dia, estava tão quente que decidimos almoçar e achar um lugar para tomar banho e dormir um pouco. Desse modo, às 14h, depois de rodar 467 km pela BR-040, tomamos o primeiro gole da cerveja geladíssima do Mirante do Velho Chico, em Três Marias-MG. Comemos um delicioso “Peixe à Moda” e dali fomos procurar um canto para descansar.

Dormimos pra valer, mas saímos do Motel Blue Moon, que encontramos na estrada, às 17h revigorados! Embora já estivesse meio tarde, foi o melhor que fizemos, pois tinha caído o maior toró e a estrada ainda estava molhada! O clima até esfriou. Rodamos mais uns 85 km pela BR-040 e pegamos a BR-259. Aí foi que demoramos, porque escureceu nesse meio tempo e as condições da BR-259 estavam péssimas! De repente, o sistema de travamento do acelerador começou a soltar. Tivemos que parar pra ajeitar antes que ficasse pela estrada perdido. Esse sistema trava o acelerador na velocidade desejada, dando um grande alívio ao punho do piloto. Estava escuro demais e a BR-259 não tinha acostamento. Até achar a lanterna no baú… No fim deu tudo certo! Normalmente faríamos o trecho de 128 km de Três Marias a Curvelo em 1h30. Fizemos em 2h20.

Às 19h20, chegamos a Curvelo e escolhemos o  Sagarana Hotel, porque tinha garagem. Um pouco caro para o que oferecia, mas depois de comer uma pizza bem mais ou menos perto dali, tivemos uma boa noite de descanso.