Vale Europeu – Fim da Viagem – Pomerode e Timbó
04 e 05/04/2013 – Pomerode
Fomos para Pomerode de táxi. A cidade, auto-denominada a mais alemã do Brasil, é muito bem cuidada e agradável. Achamos a população um pouco fria, de poucos amigos. Talvez seja em razão da cultura pomerana em contraste com meu jeito um pouquinho mais conversador… Mas fomos muito bem recebidos em todos os lugares.
Pegamos bicicletas da Pousada Dein Haus, onde nos hospedamos e passeamos por toda a cidade. Impressionante como uma bicicleta ajustada para você faz toda a diferença. Demos umas voltinhas e ficamos todos quebrados, com dor no joelho, na virilha, no punho…
É recomendável começar o passeio em Pomerode pelo Portal do Turismo. É lindo e eles dão boas orientações para o turista. Lá, peça o passaporte turístico, um livreto gratuito, que tem várias ótimas dicas de lojas, restaurantes, museus. Eles estão disponíveis em vários locais. Não sabíamos disso. O dono do Museu do Marceneiro foi quem nos ofereceu um. Há um local para colocação de carimbos de várias atrações turísticas. Completando dez carimbos, ganha-se uma lembrança da cidade.
Veja alguns lugares interessantes que conhecemos:
Confeitaria alemã, preserva as receitas herdadas de antepassados alemães para produzir bolos, cucas, doces, geleias, pães, massas e etc, de forma artesanal. Também serve comida a quilo no almoço. Aparentemente, é um dos locais mais frequentados de Pomerode e tem um sorvete delicioso. Nós gostamos!
– Mundo da Arte – by Nani Atelier
“O charmoso atelier oferece uma linha artesanal com uso de fibras, metais e madeira de demolição. Agrega também valores culturais germânicos, como a pintura Bauernmalerei. Possui uma exposição permanente de artigos para Natal e Páscoa. Ainda, há a oportunidade de conversar com a artista, que eventualmente demonstra suas técnicas no local.”
A Nani é muito talentosa e tem peças de artesanato e decoração muito bonitas.
“Artesanato típico de Pomerode, de origem germânica. Peças decorativas e temáticas.”
A loja tem grande variedade de belíssimas peças de artesanato e decoração. Fica em frente à cervejaria Schornstein.
– Behling Arte em Madeira e Museu do Marceneiro
O Museu do Marceneiro é um lugar muitíssimo interessante. O proprietário, um senhor muito simpático, já não pode conversar como gostaria, em razão de problemas de saúde que teve no passado. No entanto, nos seus olhos é possível ver uma incrível vibração e alegria pela vida! Ele mantém intacta a antiga marcenaria, para preservação da história. Lá existe uma enorme roda d’água, ainda funcionando perfeitamente, que fornecia energia para o movimentar as ferramentas.
Behling continua produzindo móveis e as mais variadas peças em madeira, mas já numa fábrica atual e moderna. Ficamos admirados com o museu! O Eduardo, com sua veia de marceneiro, não queria mais ir embora… Também compramos lá a faca mais afiada que já tivemos. Ela é um perigo!
– Grützmacher
Produção de palmitos, verduras em conserva que são comuns na culinária alemã, compotas e geléias de frutas. Adoramos o palmito e a geleia de laranja xinxim.
“A cerveja com alma.”
São seis tipos de cerveja fabricadas ali mesmo e grande variedade de petiscos. O lugar é bonito e muito agradável. Ótima opção para o fim de tarde.
“Situado em um amplo espaço de uma antiga fábrica de cerâmica, dispõe de três ambientes diferenciados e aconchegantes. Preserva-se o melhor: a qualidade dos mais de 20 sabores de pizza e dos 25 pratos entre massas, carnes e peixes.”
Ficamos na área externa e foi muito agradável. Comemos uma massa deliciosa! O atendimento foi primoroso!
Funciona em uma casa com arquitetura enxaimel e decoração colonial. Como restaurante típico colonial, serve especialidades da culinária alemã e italiana, mas tem opções de carnes nobres e frutos do mar.
Almoçamos lá e pedimos o prato típico. A grande novidade foi o marreco recheado, tradicional na região. Tudo ótimo!
Chegamos ao Wunderwald com a recomendação de ouvir o Mazico, proprietário da casa, tocar a sua famosa gaita alemã. Mas ele tinha ido para a praia justamente naquele dia. Antes de sair o Eduardo teve a oportunidade de falar com ele ao telefone, mas perdemos o imperdível: a gaita.
Gostamos demais da pizza, que nos lembrou as pizzas paulistanas! Num ambiente bem familiar e acolhedor, fomos atendidos por um garçom extremamente educado. Recomendamos.
No segundo dia em Pomerode, contratamos o Jeep Tour do Ronald e foi a melhor coisa que fizemos, porque a gente queria muito conhecer a Rota Enxaimel, que está no circuito de cicloturismo, mas paramos de pedalar antes de passar por lá.
Ele nos levou para conhecer não só a Rota Enxaimel, mas toda a região de Pomerode. Com ele também fomos ao Mundo Doce, ao Museu do Marceneiro, ao Grützmacher, ao Portal do Turismo e outros, finalizando o passeio, a nosso pedido, no restaurante Wunderwald.
Amamos tudo! No Mundo Doce encontramos os melhores biscoitos que já provei. São maravilhosos!
Nem gosto muito desses biscoitinhos tipo “petit four” e já entendi a razão. Ninguém faz biscoitos como a Eleonora! Os dela são perfeitos!
Voltando à Rota Enxaimel, uma coisa curiosa é que todas as casas originais em enxaimel têm ao lado um curral (ou celeiro).
Sermos guiados pelo Ronald foi bem mais enriquecedor que só passar por lá de bicicleta, porque o máximo que faríamos seria admirar os lugares e tirar fotos.
Foi muito bom passar um dia a mais em Pomerode e conhecer a região que é muito rica em história e beleza para ser vista tão rapidamente. E o Ronald nos deu uma verdadeira aula de história e curiosidades. Ele sabe muito da história dos pomeranos, embora não seja de Pomerode. Então aprendemos muita coisa de maneira descontraída, conversando. Foi um passeio muito divertido e agradável! Vale a pena deixar a bicicleta no hotel e contratar o Jeep Tour.
06/04/2013 – Timbó
No dia seguinte, bem cedo, pegamos outro táxi de volta para Timbó, onde o Eduardo participou do Curso de Mecânica de Bicicleta no Lava Bike do Alexandre que durou o dia todo. Fiquei no Timbó Park Hotel organizando a bagagem, tarefa árdua!
Ele gostou muito do curso, especialmente das dicas de como se virar em situações mecânicas emergenciais, que podem vir a ocorrer com qualquer um nas trilhas ou em cicloviagens.
Felizmente não precisamos de nada durante o percurso que fizemos, mas um dia, quem sabe?!
– Magnani
Na nossa última noite no Vale Europeu, fomos jantar no Magnani, por indicação do Rui (Fazenda Sacramento).
No porão, Magnani Bistrô – “Traz a Timbó e região o melhor da culinária mediterrânea, o bom gosto dos vinhos saboreados em todo o mundo e um ambiente que dosa sofisticação e aconchego.”
O Leandro Magnani é de São Paulo e acabou se instalando em Timbó, para a alegria do povo de lá. Olha, o bistrô é muito aconchegante. Fica no porão desse antigo casarão e foi decorado com muito bom gosto. A culinária mediterrânea é a proposta da casa. Aceitamos o menu do dia com entrada, primeiro prato, prato principal e sobremesa:
Entrada: Carpaccio de polvo em cama de rúcula acompanhada de torradas.
Primeiro Prato: Papardelle com fundo de alcachofras, camarões e raspas de limão siciliano.
Prato principal: Robalo com purê de mandioquinha e molho de maracujá.
Sobremesas: Petit Gateau (de chocolate amargo!) e Creme Brulee.
Tudo isso acompanhado por um vinho rosado de Petit Verdot, argentino – Finca La Anita. Tudo excelente! Ficamos muito bem impressionados. A comida e o vinho deliciosos, o atendimento personalizado, feito pelo próprio chef Leandro e sua esposa Juliana foi impecável! Passando por Timbó, não deixe de fazer uma reserva para o jantar.
07/04/2013 – Timbó/Brasília
Compramos um filme plástico de PVC para proteger as partes mais frágeis das bikes. Não queríamos pagar de novo pelo que a gente mesmo podia fazer. Pagamos menos de R$7,00 e nem gastamos os 3 rolos que compramos, contra R$120,00 que gastamos inutilmente na ida, no aeroporto de Brasília. O Naldo nos pegou no hotel às 13h e rumamos para Florianópolis. Para nosso alívio, a BR 470 e a BR 101 estavam muito tranquilas. O embarque de volta, com bicicletas montadas foi muito tranquilo. E voltamos para casa com um gostinho muito bom de ter realizado um sonho!
Doce é a luz, e agradável aos olhos, ver o sol.
Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos.
Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas.
Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.
Eclesiastes 11.7-10
Veja as fotos finais:
Que pena que acabou !!!!! Adoramos o blog e nos divertimos muito com a viagem . Esperamos revê-los novamente… com menos bagagem !!
Parabéns pelo blog, creio que foi muito útil para quem pretende fazer o mesmo percurso ! Quem sabe eu tome coragem e faça este caminho algum dia, porém, de carro, com ar condicionado, direção hidráulica e câmbio assistido, assim como fiz na ESTRADA REAL! Abraços e que Deus continue os abençoando!
Ah, Fernando! Vai mesmo! Que seja de carro, afinal o lugar merece a visita! Eu bem que queria voltar lá de carro para fazer umas comprinhas…
Ah… acabou?! Já começou a planejar a próxima? Adorei a viagem amiga.
Esse seu amigo Fernando é dos meus, disse tudo. Me deu vontade de fazer o percurso, mas até te perguntei aí pra trás, se dava pra fazer de carro, lembra? Parabéns pela aventura, coragem e pelo blog muito bem escrito, que nos fez viajar com vocês. Continue viajando e escrevendo, por favor. bj
Bom saber que gostaram de nosso espaço, nossa cultura…nosso jeito de ser!
Influenciado pelo Globo Repórter de ontem, achei seu blog. Parabéns! Muito bem escrito e com informações úteis. Não sei se teria coragem de parar na hora certa, como fizeram. Sou iniciante no pedal, mas já me arrisquei em passeios de 50 e até 80km. Espero fazer essa rota um dia. A região é realmente linda, já conheço uma parte, mas de carro. Enfim, parabéns mais uma vez!
Oi, Rogério! Muito obrigada pelo comentário! Fico satisfeita de poder ser útil compartilhando nossas experiências. Faça, sim, esse circuito. Da primeira vez não conseguimos terminar, mas foi ótimo! Da segunda, com o grupo do Velotour completamos a rota e foi maravilhoso! Grande abraço, Erika
Olá querida ! Amei o seu post. De todos os blog que procurei , o seu roteiro foi o mais detalhado e completo. Parabéns viu.
Moro em Curitiba e gostaria de tirar uns dias para ir, de carro mesmo, e conhecer alguma cidade do vale europeu . Tenho algumas dúvidas , se você puder por gentileza me ajudar , agradeço demais !
– Na sua opinião a cidade mais bonita do vale Europeu é Pomerode?
– Você acha que compensa sair de Curitiba e visitar apenas Pomerode?
– Você indica outra cidade do vale europeu que vale a conhecer, como por exemplo, essa que você também foi (Timbó) ou alguma outra ?
– Quantos dias , na sua opinião, são necessários para conhecer Pomerode/Timbó ?
Obrigada viu e desculpe incomodar
Se eu for mesmo realizar a viagem vou no mesmos restaurantes que você ! rsrs
beijos Thalita
Oi, Thalita!
Obrigada pela mensagem! Que bom que gostou do meu relato!
Olha, eu acho que vale muito a pena você conhecer o Vale Europeu. Mas não vá apenas a Pomerode. Quantos dias você tem disponíveis?
Com a quantidade de dias eu te indico o que seriam as minhas prioridades.
Aguardo você!
Olá querida, desculpe a demora, não tinha visto a sua resposta.
Agradeço muito!
Então vou essa sexta , chego na hora do almoço, e volto na segunda de noite para Curitiba.
Infelizmente , são poucos dias.
beijos
Thalita
Nossa! Já?! Por favor, Thalita, não deixe de me contar como foi a viagem! Aproveite bastante! Deus te guarde! Abraço,
Erika
É gratificante sabermos que mais pessoas desfrutam da natureza brasileira com tanta capacidade. Vos parabenizo por esta e todas as viagens que fizerem e tenham a certeza, não existirá uma universidade para dar-vos tantos conhecimentos, quanto este do contato pessoal, nas regiões diversas de nosso Brasilzão. Eu, desde os 18 anos, também fui um aventureiro para conhecer o país. E consegui passar por todos os estados e visitar mais de 3500 cidades brasileiras. Hoje já com 66 anos, continuo viajando sempre que posso, mas de automóvel, visto que já não possuo mais resistência para a Bike e nem a moto. Quero agradecer-vos por trazerem estas informações, que me atualizaram quanto a região, pela qual passei há mais de 25 anos. Como houveram tantas mudanças, já estou planejando a próxima viagem, com uma entrada no vale europeu para conhecer as inovações, que vocês trouxeram, agora atualizadíssimas.
Um forte abraço ao casal e até um dia!!!! Me encontrem no Face: Vilson Vieira de Castro- Taquara-RS. Moro muito pertinho de Gramado e Canela e ficarei feliz se me visitarem um dia.
Que alegria receber seu comentário, Vilson! Queríamos ter mais tempo para muito mais aventuras. Como você disse, o contato pessoal com as culturas, paisagens, pessoas são experiências inestimáveis! Seria, sim, uma honra visitá-lo para ouvir e contar as histórias das viagens que, certamente, marcaram e continuam marcando as nossas vidas, transformando um pouco do que somos todos os dias. Boas viagens!!! Grande abraço!