Vale Europeu – Um dia inteiro de descanso
03/04/2013 – Rodeio e Timbó
A chuva continuou a noite toda e em boa parte da manhã. Dormimos “até acordar”… nada de despertador nesse dia! E depois ficamos cochilando, acordando um tempão. O café da manhã já tinha sido deixado pela Angela no dia anterior. Estava tudo no jeito para a gente colocar à mesa e desfrutar: pães, geléias, queijo, cuca, frutas, suco, iogurte, ovo caipira. O Eduardo preparou os ovos mexidos para completar as delícias e tomamos café admirando a paisagem.
Então fomos com o Rui para Timbó e, enquanto ele resolvia as coisas dele, nós passeamos pela cidade.
Vimos várias coisas, mas é preciso registrar:
– Denusa Demarchi: Acessórios em couro de peixe.
A Denusa é uma artesã de Timbó que faz acessórios em couro de peixe. Ela não estava na loja. O namorado dela, que parece apoiar bastante o trabalho, foi quem nos recebeu com grande simpatia e insistiu que aguardássemos. Em seguida a Denusa chegou. Além de muito talentosa, ela é uma graça!
A arte em couro de tilápia começou como um trabalho de conclusão de curso. Ela faz bolsas, carteiras, acessórios com muito bom gosto. Vale a pena conhecer.Acabei comprando uma bolsa e ganhando uma bela coleira para a Marie, que é parecidíssima com a gatinha dela, a Chanel. Nunca tinha visto trabalhos em couro de tilápia e eu adorei!
– Schuster Arte em Madeira: faz móveis, pisos, forros, etc, utilizando madeira de demolição…
Fiquei apaixonada pelo forro da cozinha!
Um trabalho excelente! Além de móveis, fazem pisos, decks, forros para telhados. Aproveitam a madeira de todas as formas e atendem pedidos em todo o Brasil.
Almoçamos no Thapyoka e voltamos para Rodeio com o Rui. Ficamos pela fazenda e voltamos a cochilar à tarde.
Como foi agradável aquele dia! Pudera, foi só descanso! Então começamos a preparar a bagagem para continuar o pedal no dia seguinte e foi me dando uma canseira… Então falei: “Amor, o que você acha de encerrarmos a viagem de bicicleta para fazer outras coisas???” Estávamos muito cansados, a panturrilha direita do Eduardo estava bastante dolorida; ele mal podia andar; além disso, nosso compromisso de completar o percurso era só nosso. Nada impedia a gente de mudar de planos, uai!
À noite, fomos até a casa principal da fazenda para o jantar preparado pelo Rui.
Foi uma bela salada de folhas verdes orgânicas com ervas da fazenda, tudo muito fresco e saborosíssimo!
O spaghetti ao pomodoro com manjericão estava especial!! Mas fui com tanta sede ao pote que esqueci de fotografar…
A sobremesa foi uma torta alemã fantástica e para finalizar, café e chá de ervas cultivadas lá mesmo.
Nossa!! Ainda bem que a cama estava logo ali na casa ao lado!
Ficamos admirados com as coisas que a Angela contou da cidade de Rodeio. Como é uma cidade bem pequena, estranhei encontrar tantas igrejas próximas umas das outras. Então ela explicou que a cidade é dividida em bairros e que todos têm uma igreja, um posto de saúde e uma escola. Ninguém vai buscar essas coisas em outros bairros, porque todos funcionam perfeitamente. O atendimento à saúde, dentro dos limites locais, é primoroso!
E só há escolas particulares a partir do Ensino Médio. Absolutamente todas as crianças frequentam as escolas públicas, não importa a sua condição financeira. Não há faculdades na região funcionando durante o dia, porque não há público, uma vez que todos os adultos trabalham durante o dia e só optam por estudar à noite.
O nível de criminalidade é baixíssimo. Ou seja, a qualidade de vida é excelente! Não foi à toa que eles se fixaram por lá. É realmente tentador viver num lugar assim, depois de enfrentar os problemas das grandes cidades.
Quando contamos nossos novos planos de viagem, eles riram muito. Mas nos elogiaram pela maturidade de parar na hora certa, ou seja, no nosso limite. “Muitas pessoas não teriam essa coragem”, disse o Rui. Foi uma noite muitíssimo divertida! A casa do Rui e da Angela é muito convidativa e a companhia dos dois maravilhosa. Mais uma vez, sentimo-nos entre velhos amigos!
Veja mais fotos desse dia:
To curtindo muito suas fotos e comentários . Valeu muito bom
Que bom! Se você gostou, fico bastante lisonjeada! Ainda vou fazer um curso de fotografia!
Nossa! que ansiedade! Estaremos (Fabiano, Gunnar e Marcos) logo logo vivenciando nossas próprias experiências pelo circuito. Depois de acompanhar este blog estou com a impressão de que vai ser mais ou menos como quando se assiste a um filme tendo lido o livro antes 🙂 Parabéns Erika! Seu relato, suas fotos, suas impressões só aumentam nossa empolgação.
É tão interessante perceber que as impressões do outro se unem às nossas, mas nunca vêm sozinhas, porque o mesmo lugar, a mesma experiência, ficam gravadas de forma única na vida de cada viajante! Estaremos torcendo pela viagem de vocês e ansiosos por saber que marcas ela vai deixar em cada um! Grande abraço!
Lugar maravilhoso, gostei da lareira! Um abraço!
Olá Erika! Parabéns demais por manter e compartilhar esse espaço com informações detalhadas e valiosas sobre o Vale Europeu!
Estou pesquisando relatos de quem fez, pois pretendo fazê-lo em abril de 2017, e afirmo: não encontrei nenhum relato tão completo e sincero quanto o seu.
Sempre imaginamos as paisagens, as aventuras, os desafios, mas a rudeza do pedal também tem que ser muito considerada. Me identifiquei com muitas de suas dificuldades ao pedalar. O fato de dormir morta e pensar que ao acordar virá outro dia pedreira, não deve ser fácil mesmo!
Também moro em Brasília e também quero fazer o desafiando limites para Pirenopolis.
Tenho uma pergunta, quanto tempo e em quais condições você se preparou para essa viagem?
Muito obrigada mesmo por compartilhar sua experiência!
Oi, Luciana! Obrigada pela mensagem. Que bom fazer planos para o Vale Europeu! Você vai amar!
Eu comecei a me preparar pra valer uns 4 meses antes. Contratamos um treinador. Foi bem legal.
Mas aqui em Brasília não há muito parâmetro de comparação com as subidas de lá. A gente treinava na subida da QI 27 do Lago Sul (Matinha), na subida da Ponte JK, em outros lugares que nem sei explicar. Pedalávamos treinando todos os dias. Mesmo assim, não me senti preparada.
Como eu tinha o problema de desvio de septo, minha respiração era bem deficiente e isso me atrapalhava. Meu marido fez as subidas com muito mais tranquilidade que eu, embora tenha sido difícil para ele também.
Não deixe de fazer o Desafiando Limites também.
Por favor, dê notícias da sua experiência!
Abraço!