Dona Leontina completa 100 anos
Minha História
Eu nasci em São João do Príncipe, em 04 de março de 1914. Meu pai se chamava Salvador Antônio Nogueira e minha mãe Paulina Margarida Heringer.
Éramos em 12 irmãos. Eu era a única morena da turma. Aos vinte e um anos me casei com Waldemiro Horsth e dessa união Deus deu 7 filhos: 5 homens e 2 mulheres que me presentearam com 16 netos, 17 bisnetos e 1 tataraneta.
Sempre moramos em sítios e muito distante de igrejas. Recebíamos a visita de pastores e alguns dos meus filhos foram batizados em casa. Só depois que mudamos para Mantena é que foi possível participar ativamente dos trabalhos (na Igreja).
Apesar de lutas e provações na caminhada até aqui, completei um século pela graça de Deus.
Leontina Nogueira Horsth
04 de março de 2014
A festa dos 100 anos foi linda! Dona Leontina continua elegante. “Ela tem postura!”, afirma Josué, o estilista capixaba que desenhou e confeccionou para ela o modelo especial para a ocasião. E a nossa maior alegria foi poder comemorar, não só a vida longa da minha vó, mas a lucidez, a saúde, a alegria e doçura que lhe sobram.
Ela me confidenciou que todos estavam fazendo de tudo para agradá-la e que ela se sentia muito amada.
Ela mora atualmente em Vitória-ES. No ano passado, quando a seu pedido comemoramos os seus 99 anos no Rio de Janeiro, ela não me reconheceu. Depois de alguns segundos conversando, ela se virou para mim e perguntou: “Quem é você?” Ao me identificar, ela ficou tão feliz, abraçou-me novamente e disse que eu estava muito diferente! Por alguns momentos pensei que a sua memória estivesse falhando, o que seria natural para a idade dela. Mas logo ela emendou um monte de perguntas que só poderia fazer quem me conhecia muito bem. É que eu mudei um bocado desde a última vez que a tinha visto, mais tempo que eu gostaria.
Agora, um ano depois, ao abraçá-la, fui logo me identificando e ela sorrindo retrucou: “Ah, minha neta, eu não esqueço mais não”, como quem diz, eu sei quem é você!
Ela colocou no papel, pessoalmente, a história da sua vida, por sugestão do Ulisses, um dos netos.
A tia Eleuses conta que ela escreveu e reescreveu várias vezes, pois não admitia nenhum erro ortográfico ou rasura, embora não pudesse evitar a letra trêmula.
Enquanto a carta circulava no almoço de sábado ela, preocupada, perguntava a todo instante, baixinho no meu ouvido: “Onde está a minha carta?” Quando finalmente a carta voltou para as suas mãos ela a segurava orgulhosa, como se fosse um tesouro precioso!
E era… era a sua história, lembrada e contada com simplicidade. Nos seus olhos, podíamos vislumbrar um pouco mais dessa história passando em relances na sua mente viva. Ao responder, por exemplo, à pergunta de meu pai, se tinha sido muito namoradeira, ela dá um sorriso maroto e responde: “– Vixe!”
“O que é ter 100 anos?”, perguntamos. “Sei lá…”, ela responde rindo. “É bom!”
Observando a vida dela, entendemos que ter 100 anos é viver, simplesmente, viver. Que expectativas mais ela pode ter senão viver? Todas as grandes complicações da vida já passaram.
Seria tão bom se todos pudéssemos viver, assim, nas mãos do Senhor Jesus, sem nos preocuparmos com o dia de amanhã ou com o momento seguinte, como recomenda Jesus em Mateus 6.
Obrigada Senhor, por cuidar com amor da vida da Dona Leontina e pelo grande exemplo de fidelidade e confiança em ti que ela tem demonstrado todos os dias!
Ah! Foi a vovó quem escolheu o texto bíblico que deveria ser lido na sua festa:
SENHOR, tu me sondas, e me conheces.
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos…
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.
E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos…
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.
E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.
Salmo 139
Parabéns dona Leontina por mais um ano de vida ( 100 não é para qualquer um! é um presente de Deus para poucos!) e que Deus continue a abençoar com muita saúde. Abraços Erika e Eduardo.
Fernando, Daniela, André e Pedro
Orgulho de conhecer essa família. Parabéns! !!!
As fotos ficaram lindas…
Valeu cada momento da viagem. Foi muito precioso compartilhar com toda a família o centenário da Dona Leontina.
Ela esbanjou charme !!!
Parabéns Erika e Eduardo, por registrarem momentos singulares. Bjs
Que alegria enorme poder desfrutar da benção da vida.
Deus é bom demais .
Que vcs continue aproveitando cada momento desta linda vida que é a vovó de vcs.
Parabéns a toda linda família.
Erika, boa noite! Sou neta do Vovô Elias Nogueira Heringer, irmão da Tia Leontina. Sou filha da Gladeir, filha mais nova do meu avô Elias; a irma mais velha chama-se Gladys. Eu lembro da Tia Leontina quando era muito pequena, de quando ela e a Tia Dedé foram visitar o meu avô. lembro dela fazer cocadas…. Lembro até hoje! rs Atualmente, estou morando em Governador Valadares-MG, e conheci o organizador dos encontros da família Heringer. E conversando com ele, fiquei me perguntando quem são os avós do meu avô, da Tia Leontina, enfim, de todos os irmãos.
Como não tenho meu avô mais para perguntar, e me deparei com estas fotos do aniversário da Tia Leontina (que alegria em vê-la aqui), gostaria de perguntar se você ou ela saberiam dizer quem eram os avós dela? Se conseguir, ficarei muito agradecida.
Oi, Éricka! Tudo bem? Então tenho uma prima xará, que legal! Eu sou filha do Wolmer. Ele foi algumas vezes a Governador Valadares ver a tia Dedé. Uma das vezes eu fui com ele, há muitos anos.
Olha, eu não sei o nome dos avós da vovó e meu pai também não. Mas vamos perguntar diretamente para ela e volto a entrar em contato com você. Espero que todos estejam bem por aí.
Grande abraço!
Erika
Oi, Éricka!
Foi difícil conseguir alguma informação. Essa cultura de intimidade com avós é recente, afinal.
O avó da vovó Leontina, por parte de mãe, é o João Heringer. O nome dos demais avós dela não conseguimos descobrir.
Um beijo,
Erika