Displasia coxofemoral na Flora
Aqui em casa temos quatro “garotas”. A Flora é nossa caçulinha… embora seja a maior entre as irmãs. Nasceu em 29 de janeiro de 2009. Três meses depois, eu, Camila e Carolina (minhas sobrinhas) fomos buscá-la. Que linda! E enorme!! Ela seria um presente para o Eduardo. Amarrei no pescoço dela um laço de fita azul (cor preferida dele) e fomos buscar o papai no ParkShopping. Quando ela disse oi, ele perdeu a fala e ficou em estado de choque por uns instantes. Ela já era maior que a Bianca (nossa Lhasa Apso branca) e ainda era um filhotinho…
Os Goldens são dóceis por natureza. A Bia e a Bianca que são Lhasa Apso podem aprontar com a Flora que ela não liga. Crianças e adultos também podem subir nela, puxar o rabo, abrir a boca, abraçar, rolar… Goldens são mansos, pacientes. E ela é maravilhosa! Além de muito bonita, brincalhona, carinhosa, inteligente, fiel, uma companheira muito atenciosa e macia, macia. Adora ficar perto da gente todo o tempo.
É também um foguete! Sua diversão predileta (depois de buscar bolinha, claro) é tirar as tripas dos bichinhos de pelúcia. Seu apelido é “Bocuda”, mas não pelo tamanho da boca. É que ela é capaz de comer sem parar por três dias e ainda pedir sobremesa se a gente se descuidar. Uma faminta! Lembram-se do filme “Marley e eu”, quando o Marley come todo o saco de ração? Pois é.
Se comporta muito bem dentro de casa e no jardim. Parou de roer móveis e rodapés e de fazer buracos e de comer as plantas (só tem uma trepadeira que ela ainda não deixa em paz; basta ficar bonita, cheia de flores para a Flora arrancar). Paciência. Estamos ensinando. De qualquer modo, dizem que os Goldens e os Labradores demoram mais a amadurecer. Esperamos que ela deixe disso logo.
Os Goldens Retriver necessitam de muito exercício físico para gastar energia. Caminhadas não são suficientes. É preciso correr. Então o Eduardo corria com ela ou eu ia passear de bicicleta. Eu passeava e ela corria bastante. Durante uma obra aqui em casa ela ficou no Social Dogs onde fazia agility e natação. Voltou quando começaram as chuvas e aí foi um problema… essa raça tem uma pele muito sensível e não pode ficar se molhando. Então assistindo ao “Encantador de Cães” na Animal Planet, aprendi como colocar o cão na esteira… fiz com a Flora. Ela aprendeu imediatamente. Amou! Amei! Virava e mexia subia na esteira e ficava lá com uma cara de quem está esperando a brincadeira começar. Corria e caminhava de 30 a 40 minutos e no fim ganhava um biscoito, claro! Desconfio que pra ela essa era a melhor parte…
Quando completou dois anos, em janeiro deste ano, decidimos promover a primeira cruza. Ela já tinha vários pretendentes lindos! Acertamos com o Sidorf, nosso vizinho. Ele é lindão! Mas cadê que ela entrava no cio?? Enquanto isso, começamos a observar que após os exercícios na grama e na rua ela ficava como doida, girando com as pernas bambas até se deitar e aí começava a se arrastar expressando um cansaço anormal. Levávamos água pra ela e ficávamos observando e achando aquilo muito estranho. Afinal ela tinha uma excelente forma física. Um dia vi suas pernas traseiras tremendo enquanto ela estava ali, meio que “morrendo”. Imediatamente me lembrei da displasia coxofemoral, comum em raças grandes. No dia do banho, contei tudo à veterinária e ela pediu o exame para verificar a displasia.
Fizemos o exame e foi confirmado o diagnóstico de displasia coxofemoral grau D HD++. Isso significa que é uma displasia moderada, o que é grave. A displasia coxofemoral pode acometer cães de todas as raças, mas principalmente raças grandes e gigantes de crescimento rápido. As raças com maior incidência de displasia coxofemoral são: Rottweiler, Pastor Alemão, Labrador, Golden Retriever, Pit Bull e Fila Brasileiro.
É uma doença hereditária. No entanto, a nutrição e o meio ambiente onde vive o cão, podem afetar o desenvolvimento ou não da doença. E, por ser hereditária, o cão com displasia não deve procriar, pois é muito provável que seus filhotes venham a manifestar a doença.
O canil onde comprei a Flora não tem casos de displasia entre suas matrizes e padreadores. Então os pais e avós da Flora também não. Acreditamos que ela desenvolveu a doença em razão de ter crescido muito rápido e engordado bastente num piso muito escorregadio… lá em casa temos cimento queimado, liso mesmo!
Os cães com displasia coxofemoral poderão apresentar dificuldades para levantar, caminhar, correr, saltar e subir escadas. Devido à dor que sente nessas atividades, o cão pode deixar de usar o membro e o músculo pode atrofiar. Quando a doença afeta os dois membros, observa-se, com alguma freqüência, a compensação da dor com o deslocamento do peso para os membros anteriores desenvolvendo a musculatura torácica desproporcionalmente em relação aos posteriores. A sobrecarga nos ombros e cotovelos causa outros problemas também graves, tais como tendinite e displasia na articulação desses membros. A Flora já sente dor nos cotovelos e ombros (percebemos no exame clínico) e a musculatura mais desenvolvida nos membros anteriores também é visível.
A corrida dos cães displásicos se assemelha, em casos graves, à corrida de coelhos. Além disso, as passadas ficam mais curtas, podendo ocorrer relutância aos exercícios, observando-se preferência pelo sentar ou deitar. Episódios anormais de agressividade são algumas vezes observados, inclusive com o proprietário.
A Flora, por incrível que pareça, tendo em vista o grau de displasia em que ela se encontra, não apresenta ainda relutância aos exercícios. Ao contrário, ficamos morrendo de pena, porque ela chama pra brincar o tempo todo! E não tem limite! Mas o veterinário quer evitar os exercícios por enquanto.
Bem, procuramos os melhores ortopedistas indicados em Brasília e todos afirmaram a necessidade de colocação de uma prótese no fêmur direito, considerando a idade e o grau da doença na Flora. Quanto ao fêmur esquerdo, vamos aguardar a evolução, porque ainda não está tão mal. Talvez não seja necessário.
Ainda não há veterinários de Brasília com recursos para esse tipo de cirurgia (as próteses nacionais ainda não são de boa qualidade e as importadas são muito caras). Por essa razão, a pedido do veterinário que nos atendeu, vem um cirurgião do Rio de Janeiro para operar a Flora. Nossa expectativa é que em breve Brasília tenha condições de atender os cães daqui em casos como este.
Esse cirurgião do Rio afirma que a recuperação é bem rápida e que por ser jovem e forte, a Flora é uma candidata ideal para a prótese, que não seria uma opção para cães já idosos.
A cirurgia seria nesta semana, mas ela acabou de entrar no cio… No dia 06 de junho será operada.
Ah, Bocuda… você vai ficar bem!
Para saber mais detalhes a respeito da displasia coxofemoral, veja os sites: http://niltonovaes.sites.uol.com.br/DISPLASIA.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Displasia_coxofemoral
http://www.summerstorm.com.br/displasiaprovet.htm
http://www.saudeanimal.com.br/artigo1.htm
Olá Érika, estamos torcendo pela Flora.
Abraços
Fernando, Pedro, André e Daniela
Olá, Érika. Como foi a cirurgia da flora? Ela retirou a cabeça do fêmur?
De qual canil ela veio?
Obrigada
Cristina
Oi, Cristina.
A cirurgia da Flora correu bem. Ela está em fase de recuperação. Ainda está confinada. Só terá vida normal, se não houver nenhuma intercorrência, após 90 dias da cirurgia. Obrigada pelo seu interesse.
Foi retirada a cabeça do fêmur da perna direita e colocada uma prótese de titânio. Na perna esquerda ainda não fizemos nada. Os médicos querem aguardar para ver como vai ficar após essa prótese.
Eu comprei a Flora num canil em Brasília. Eu acreditava que o problema teria sido no manejo com ela, pois o piso de minha casa é liso. Mas o ortopedista diz que o piso liso só agravaria a doença, não a causaria. E depois do problema da displasia da Flora, conheci uma veterinária que tem uma cadela de 5 meses, do mesmo canil, com a displasia já bem avançada.
Os criadores não acreditavam que havia um problema com os animais deles. De fato eles são criteriosos, os animais são muito bem cuidados. Visitei pessoalmente o canil mais de uma vez, e lamento que isso esteja ocorrendo. Agora com mais um caso além da Flora, a coisa já fica mais séria. Certamente o canil vai tomar providências a respeito.
Um abraço,
Erika
Olá Erika,
tenho um pastor alemão com os mesmos problemas. Como está, hoje, a sua Flora? Houve mais alguma cirurgia? Depois da da prótese, houve alguma rejeição? Haverá necessidade de mais algum procedimento? Quem é o médico dela?
Desculpa o bombardeio de perguntas, mas estou muito ansiosa com a situação e cheia de dúvidas. Tem como conversarmos por telefone ou email?
Meu Balrog está apenas com 7 meses…
Muito obrigada,
Marcela
Oi, Marcela!
A gente sofre mesmo, vendo nossos bichinhos sofrendo. Eu te entendo bem, porque fiquei assim quando descobri a displasia na Flora.
Recomendo que leia o post “Displasia Coxofemoral na Flora – A Cirurgia”, no meu blog mesmo.
Lá você vai ver muitas respostas às suas perguntas, porque conto, justamente, como foi o pós-operatório.
De qualquer forma, podemos conversar, sim. Vou te encaminhar uma mensagem.
Abraço,
Erika
OLá,
Amei o seu blog. Estou passando pelo mesmo problema com a Happy.
A Happy tem 10 meses e já apresenta a displasia nível C/D na pata esquerda e E na pata direita. Ela manca bastante e tem dificuldades para andar. Quando li a história pensei logo no Dr. Rubem aqui do Rio. Foi ele quem operou a sua filhota? Como ela está agora? estou muito curiosa! Não sei qual é a melhor técnica. Ele me falou sobre a prótese para a Happy mas depois alguns veterinários falaram sobre a rejeição. Fiquei assustada. Gostaria de manter contato. Como foi o pós dela? numa casinha? beijos!
Oi, Mariana! Tudo bem? A Happy já está num estágio bem avançado, né?! Quem operou a Flora foi o Dr. Wanderley Severo do Rio. A melhor técnica depende de algumas variáveis, por exemplo, a idade do animal. Eu fiz outra postagem depois da cirurgia da Flora contando todos os detalhes da recuperação dela. Dá uma olhada: http://erikahorst.com/displasia-coxofemoral-na-flora-a-cirurgia/
Espero que consiga uma boa solução para ver a Happy, completamente feliz. A Flora hoje está muito bem! Obrigada por sua mensagem.
Oi Erika, tudo bem?
Qual foi o canil que você adquiriu a Flora?
Espero que hoje ela esteja 100% recuperada.
Estou em busca de um bom veterinário que possa consultar o meu e providenciar um laudo para displasia. Qual você poderia me recomendar aqui em Brasília?
Olá, Rayssa!
A Flora está melhor, sim, mas ainda tem displasia na perna esquerda. Estamos tentando evitar a cirurgia com outros procedimentos que aliviam a dor.
Recomendo que você procure o Dr. Sandro que é um excelente ortopedista. O telefone dele é: 33677272.
Boa tarde Erika, gostaria de saber se Flora chegou a fazer shockwave. Estou lendo suas postagens mas não achei nada sobre isso até agora.
Tenho um cão já meio arrebentado pelo tempo, muito forte mas com uma série de doenças e a cirurgia não é uma boa ideia. Shockwave e fisioterapia é o que podemos fazer para que ele viva seus últimos anos sem dor.
Se tiver feito o Shockwave e puder me passar o nome da clínica, e até o número se possível, ficarei eternamente grata.
Oi, Ana Carolina! Sim, a Flora faz shockwave uma vez por ano no quadril que não foi operado e nos ombros, porque ela acaba sobrecarregando o quadril operado e os ombros para aliviar o lado com displasia. Os resultados têm sido bons!
A clínica se chama Ciave, em Brasília. Foi onde a Flora foi operada e o médico responsável é o Dr. Sandro. Telefone:6133677272.
Abraço!
Erika