Desafiando Limites 2014 – De Brasília a Pirenópolis
Conforme consta no próprio site, o “Desafiando Limites é o maior evento de cicloviagem do centro-oeste e um dos maiores do Brasil. A organização reúne cerca de 1000 apaixonados pelas bikes e pela natureza para pedalar no interior do Goiás”.
O desafio tem início ou na cidade de Santo Antônio Descoberto (DL Santo Antônio) ou na cidade de Girassol (DL Estrada Colonial), passando por Corumbá de Goiás (no primeiro trajeto) ou Cocalzinho de Goiás (no segundo trajeto) e terminando em Pirenópolis, num percurso de aproximadamente 100 km de estradas de terra (na maior parte), passando por belas fazendas.
A viagem não tem caráter competitivo, não possui contagem de tempo, mas começa às 7h e termina quando o último participante chega, geralmente por volta das 20h. É uma viagem de bicicleta onde os participantes buscam a própria superação.
A edição 2013 do DL Santo Antônio “reuniu cerca de 800 apaixonados pelas bikes e pela natureza”. Nós estávamos lá. O Eduardo já tinha participado em 2011 e 2012, mas 2013 foi a minha primeira vez. Eu consegui, a duras penas, empurrando a bike em praticamente todas as subidas, percorrer 30km. Frustrante? Não! Foi muito bom. Não deixei de superar meus limites, eu creio. Então fui resgatada por uma van de apoio e o Eduardo seguiu pedalando.
O DL Santo Antônio 2014 ocorreu no dia 05/04/2014 e reuniu uma verdadeira multidão. Eu estava lá novamente, certa de que faria melhor dessa vez.
A inscrição no evento tem um custo que financia toda a estrutura de apoio. Há dois pacotes: um pacote completo e um parcial. A diferença é que o completo leva as bicicletas e os ciclistas até o ponto da largada e de Pirenópolis à Brasília. Em ambos o ciclista conta com placa de identificação da bicicleta, camiseta e squeeze personalizados do evento, bebidas isotônicas e apoio policial na largada até a entrada na estrada de terra.
Além disso, há 4 Pontos de Apoio (PA) em todo o percurso, onde os participantes têm à disposição água, gelo e frutas. Dessa vez tinha melancia, laranja e banana. No segundo PA havia também batatas inglesas cozidas e sal.
Brigadistas em todo o percurso sinalizam trechos de maior risco e ficam atentos para socorrer os participantes em eventuais acidentes. Também há ambulâncias, inclusive em helicópteros, para resgate em áreas de difícil acesso, e sinalização em toda a área indicando o caminho para que ninguém se perca.
E mais as vans, para resgate dos participantes que não conseguiram, por qualquer razão, concluir o percurso; organização da área reservada para recepção dos participantes onde é feita a entrega das medalhas, etc. Isso custa dinheiro, gente. Ninguém faz tudo isso de graça. O preço é justo.
No entanto, há pessoas que querem participar do evento sem pagar a inscrição. Convencionou-se chamá-las “pipocas na trilha”.
Ora, a estrada é pública. Não há como impedi-los de trafegar por ela quando quiserem, mas não há como negar que as pipocas atrapalham. E alguns participantes inscritos, infelizmente, contribuem para isso. Por exemplo, já aconteceu de acabar o lanche dos pontos de apoio porque participantes levavam lanche para seus amigos pipocas que ficaram lá fora esperando.
Também já houve muitos acidentes com pipocas e o socorro é dado a todos, afinal.
Ou seja, a pessoa não quer pagar a inscrição, mas quer se beneficiar do apoio oferecido a quem pagou. Índole corrupta de muitos brasileiros… isso é muito triste!
Esse ano foi ainda pior, porque cresceu muito a quantidade de carros de apoio aos pipocas o que atrapalhou consideravelmente o desempenho dos participantes, já que provocaram um enorme congestionamento em alguns trechos da estrada.
Em várias situações eu precisei parar, desviar, escapar de carros de apoio. Algumas vezes perdi o embalo em subidas por causa deles e tive que descer e empurrar. E presenciei um acidente, no caso sem maiores consequências, onde o ciclista capotou com a bike fora da estrada ao desviar do carro de um motorista distraído, preocupado somente com a “pipoca” que foi acompanhando. Uma lástima!
Vai ver que são esses mesmos que seguem pela estrada deixando para trás seu lixo, para a vergonha de todos nós.
Saímos de Santo Antônio às 7h, eu, Eduardo e nossos amigos Adair, Rodrigo, Marcos, Cris e Marcelo.
O Marcelo é voluntário do Projeto DV na Trilha e costuma levar em sua Tandem (bicicleta dupla) um deficiente visual; mas dessa vez ele levou a Cris, sua esposa.
No trecho inicial, ainda em asfalto, tudo é só alegria. É muito mais fácil pedalar no asfalto!
No entanto, o encanto da viagem começa no estradão de terra.
Com poucos quilômetros pela estrada de chão já encontramos uma série de trechos de alto risco.
As fortes chuvas, que caíram na semana anterior ao evento, criaram valas, atoleiros e grandes poças de lama. Muitos tombos aconteceram nessas “armadilhas” ao longo do trajeto. No entanto, conseguimos ficar em cima da bike todo o tempo.
As subidas estão por toda parte. Não terminam nunca! Na verdade, não podem ser comparadas às subidas que encontramos no Vale Europeu Catarinense. Mas, para mim, subidas ainda são o maior desafio.
Consegui subir quase todas pedalando. Assim, naquele esquema de parar para respirar e esperar os batimentos cardíacos baixarem um pouco antes de prosseguir… mas consegui!!!
É o momento de recuperamos um pouco da energia, ir ao banheiro, bater um papinho e seguir adiante.
Eu estava muito bem e feliz com o meu desempenho! Já havíamos passado pelo local exato onde, em 2013, eu fui resgatada.
E este ano eu estava super bem, com gás para terminar o desafio.
De repente, senti-me um pouco prostrada, sem forças, um pouco enjoada como se estivesse sem comer há tempos. O Eduardo me deu uma barrinha de cereal. Mas a graça estava acabando para mim. As paisagens já passavam batido, sem que eu as admirasse. Tudo o que eu queria era parar e deitar.
No final de uma descida longa, na Fazenda Santa Mônica, há uma enorme alameda de ficus que fazem uma bela área sombreada. Chegando ali eu desci da bike me sentindo muito mal. Deitei-me no chão úmido, coberto de folhas, e lá fiquei um durante um bom tempo.
Ainda deitada molhei a cabeça, tomei um sachê de gel de carboidrato e comi uma barrinha de rapadura. Quando consegui abrir os olhos e admirar a beleza das copas das árvores em cima de mim, percebi que tinha melhorado. Tentei pedalar na subida leve que começava ali, mas não tinha forças ainda. Fomos caminhando, o Eduardo empurrando as duas bicicletas.
Foi aí que apareceu uma van de resgate. Não tive dúvidas. Pedi socorro.
Parei com 55 km rodados, depois de 6h de pedal. Parece pouco, afinal o percurso é de 100 km. Mas para mim foi uma grande superação em relação ao ano passado!!! Ainda mais quando eu percebi que não tive nenhuma dor muscular nem bambeza nas pernas. Ou seja, se tivesse me alimentado adequadamente, certamente teria conseguido ir mais longe.
Apesar disso, recebi minha medalha junto com o Eduardo! A festa foi muito animada!
Agora estão abertas as inscrições para o Desafiando Limites Estrada Colonial (Girassol – Pirenópolis), que acontecerá no dia 20/09/2014.
Se você quer participar desse evento, faça a sua inscrição. O preço é acessível a todos. Nós já estamos nos organizando! Espero concluir o desafio desta vez!!
Parabéns Erika!
Com certeza você com a graça de Deus também chegará junto com o Eduardo.
Pelas minhas contas, se estiverem corretas, a sua chegada será em 2016!
Km 30 – 2013
Km 55 – 2014
Km 80 – 2015
Km 100 – 2016
Brincadeira, quem dera eu ter conseguido também chegar até o Km 30.
Abraços
Fernando
Kkkkk… muito boa, Fernando! Eu não tinha feito as contas! É capaz que elas estejam certas, mesmo. Vamos lá! 2016 taí 🙂
Amiga, me aventurei a ir da minha casa até a casa do Ednilton de bicicleta (ele está morando no Solar). Subida pura na ida, empurrei a bicicleta uns 60% do caminho. Na volta só descida e tava de noite já. Preferi ir pela calçada, já que a pista não tinha acostamento, tinha tido jogo do Brasil e o povo passava doido. Tomei o maior estabaco num pedaço de calçada quebrada, tô tentando me recuperar até hoje. E eu queria virar uma pé de vela igual vc. ah, coitada! Ta longe………..
Mas você começou com a maior subida da cidade!!! Ela é muito difícil para principiantes como nós! Eu peno para chegar lá em cima. Brasília tem esses probleminhas. Não temos ciclovia, a ciclofaixa é perigosa e as calçadas também, porque são cheias de irregularidades. Cair não é bom, não, mas acontece. Lembra que na minha primeira trilha caí e quebrei o cotovelo??? Pois é. Não pode desistir, mas tem que começar em caminhos mais planos. 🙂
bom dia Erika, Primeiro- parabéns pela iniciativa de divulgar esse esporte que chega a ser um estilo de vida. Segundo – pedalo a alguns meses e gosto de pedalar só (muito por causa do meu ritmo) quero fazer essa trilha de Santo Antonio a Pirinopolis ida e volta (3 dias + ou -), você pode me passar esse percurso, valeu
Oi, Rodrigo!
Eu tenho o percurso e posso te passar, sem problemas. No entanto, o caminho entra em algumas propriedades privadas que autorizam a passagem dos ciclistas especialmente no dia do Desafiando Limites. Talvez seja interessante conversar com o organizador do evento para mais informações a esse respeito.
Veja o percurso no link: http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=4388187
Bom pedal!
Abraço,
Erika
Parabens pela superação! Já a questão das “pipocas” acho um termo ligeiramente pedante e hipócrita, ainda mais sabendo-nos em grande maioria privilegiados em termos financeiros em relação ha muitos que não possuem se quer assistência hospitalar pública no estado político em que nos encontramos. Outro aspecto é que a via é pública, além de terem a disposição a polícia que é pública e bombeiros que deveriam ser públicos; logo gozar de direitos cívicos e negar aos demais considero uma grande tolice por assim dizer, ou no caso julgar os demais não pagantes. Obviamente não faço parte da pipoca em primeiro lugar porque não ando em grupos “me atrasam”, em segundo poderia assim como sua infeliz colocação julgar-lhe por ter um QI mas baixo que o meu provavelmente “perdão mas o meu é quase 140”, poderia julgar-lhe por não completar a prova, poderia humanamente julgar qualquer falha humana tua assim como apontas-te o dedo a outro irmão por uma falha do mesmo. Somos todos humanos repletos de humanidades e nos cabe silenciar e olhar os próprios defeitos em busca de SUPER AÇÃO. Grato, espero não tomar pejorativamente minha colocação; é apenas uma colocação espiritual no meio de tanto “mais do mesmo” do qual somos afogados dia a dia. Gratitude!
Sr. Leonardo, não sei qual o método usado para avaliar seu QI. Certamente não incluiu quesitos de linguagem tais como morfologia, sintaxe e semântica.
Também não avaliou questões éticas, tais como vir numa página privada acusar e julgar. Pergunto: se o senhor não anda em grupo, com que parâmetros julga quem o faz?
Sua avaliação de QI também não considerou questões políticas e jurídicas, tais como distinguir o que é público do que é privado. A rua é pública, mas o evento é privado.
Certamente, o senhor não entra em sala de cinema sem pagar, ou entra?
Nem a pipoca entra no cinema sem pagar.
Namastê! Desafios servem para superação, inclusive superar a nossa humanidade! Noooossa… adoraria conhecer um homem de “QI quase 140”… não pede perdão por isso…não é culpa sua ter esse defeito: “QI elevado”! Adoro a parte que você fala “é apenas uma colocação espiritual no meio de tanto “mais do mesmo” do qual somos afogados dia a dia” – me sinto exatamente igual! É difícil achar uma pessoa com tanto senso crítico e que se coloca sem ser pejorativo, hipócrita e pedante…e que vai logo assumindo publicamente: “não ando em grupos “me atrasam”. Conviver em grupos e ter relacionamentos se torna complicado, principalmente quando se trata de uma pessoa com uma medida dessas…”quase 140″!!! Deve ser difícil se relacionar com mulheres com ” QI mas baixo” que o seu…falta conteúdo, profundidade e espírito para discutir coisas como a disputa entre os dois lados da mente pelo domínio de nossas atitudes e pensamentos. Grata, espero que você não venha a tomar pejorativamente minha colocação; é apenas uma colocação espiritual no meio de tanto “mais do mesmo” do qual somos afogados dia a dia. Gratitude!
Caro Leonardo,
Resta mais que óbvio a sua tentativa de polemizar – e de forma pouquíssimo polida, diga-se de passagem – um assunto trivial. O caráter dos relatos contidos em blogs pessoais é, via de regra, meramente informativo, um modo de compartilhar experiências.
No caso do texto em questão, fiz questão de relê-lo algumas vezes para ter certeza de que era o mesmo a que se refere o seu comentário ácido. De forma alguma estou “tomando as dores” de sua autora. Mas como eu também já participei de algumas edições do Desafiando Limites, faço questão de rebater alguns de seus pontos de vista. Certamente, cada qual possui o seu e saber respeitá-los é o que nos distingue de nossos ancestrais primatas.
“[…] a pessoa não quer pagar a inscrição, mas quer se beneficiar do apoio oferecido a quem pagou.”
Por mais que tentasse, não consegui enxergar a tal discriminação contra os (desfavorecidos) pipocas. Muitos deles pedalavam, como pude observar, em bicicletas caras e muitíssimo bem equipados, pra não citar os carros 4×4 que os acompanhavam na trilha fazendo o apoio. Pobrezinhos, não é mesmo?! Não tem como pagar a inscrição.
A via é pública? Sem dúvida alguma! Mas não é muita “coincidência” quem tem 364 dias no ano para fazer este percurso querer fazê-lo no mesmo dia do evento? Pude perceber, pelo seu comentário tão sóbrio e isento, que você considera corretíssimo beneficiar-se de uma estrutura custeada com dinheiro alheio sem ter que desembolsar um vintém.
Inicialmente, você utilizou termos como pedante e hipócrita para, a seguir, declarar que “obviamente não faz parte da pipoca e não anda em grupos porque estes o atrasam”.
Meu caro, eu poderia continuar contra-argumentando o rosário que você desfiou. Mas, honestamente, pelo seu tom, creio que sequer valha a pena. Eu chegaria mesmo a arriscar tratar-se você de um trolador ou hater. Com um “QI de quase 140”, você deve saber a que me refiro, não é mesmo?
Boa sorte em suas futuras colocações! E bons pedais!
“É preciso diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, até que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.” (Paulo Freire)