20 de junho de 2014

Desafiando Limites 2014 – De Brasília a Pirenópolis

Por Erika Horst

Desafiando LimitesConforme consta no próprio site, o “Desafiando Limites é o maior evento de cicloviagem do centro-oeste e um dos maiores do Brasil. A organização reúne cerca de 1000 apaixonados pelas bikes e pela natureza para pedalar no interior do Goiás”.

O desafio tem início ou na cidade de Santo Antônio Descoberto (DL Santo Antônio) ou na cidade de Girassol (DL Estrada Colonial), passando por Corumbá de Goiás (no primeiro trajeto) ou Cocalzinho de Goiás (no segundo trajeto) e terminando em Pirenópolis, num percurso de aproximadamente 100 km de estradas de terra (na maior parte), passando por belas fazendas.

A viagem não tem caráter competitivo, não possui contagem de tempo, mas começa às 7h e termina quando o último participante chega, geralmente por volta das 20h. É uma viagem de bicicleta onde os participantes buscam a própria superação.

A edição 2013 do DL Santo Antônio “reuniu cerca de 800 apaixonados pelas bikes e pela natureza”. Nós estávamos lá. O Eduardo já tinha participado em 2011 e 2012, mas 2013 foi a minha primeira vez. Eu consegui, a duras penas, empurrando a bike em praticamente todas as subidas, percorrer 30km. Frustrante? Não! Foi muito bom. Não deixei de superar meus limites, eu creio. Então fui resgatada por uma van de apoio e o Eduardo seguiu pedalando.

O DL Santo Antônio 2014 ocorreu no dia 05/04/2014 e reuniu uma verdadeira multidão. Eu estava lá novamente, certa de que faria melhor dessa vez.

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A inscrição no evento tem um custo que financia toda a estrutura de apoio. Há dois pacotes: um pacote completo e um parcial. A diferença é que o completo leva as bicicletas e os ciclistas até o ponto da largada e de Pirenópolis à Brasília. Em ambos o ciclista conta com placa de identificação da bicicleta, camiseta e squeeze personalizados do evento, bebidas isotônicas e apoio policial na largada até a entrada na estrada de terra.

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Além disso, há 4 Pontos de Apoio (PA) em todo o percurso, onde os participantes têm à disposição água, gelo e frutas. Dessa vez tinha melancia, laranja e banana. No segundo PA havia também batatas inglesas cozidas e sal.

Brigadistas em todo o percurso sinalizam trechos de maior risco e ficam atentos para socorrer os participantes em eventuais acidentes. Também há ambulâncias, inclusive em helicópteros, para resgate em áreas de difícil acesso, e sinalização em toda a área indicando o caminho para que ninguém se perca.

E mais as vans, para resgate dos participantes que não conseguiram, por qualquer razão, concluir o percurso; organização da área reservada para recepção dos participantes onde é feita a entrega das medalhas, etc. Isso custa dinheiro, gente. Ninguém faz tudo isso de graça. O preço é justo.

No entanto, há pessoas que querem participar do evento sem pagar a inscrição. Convencionou-se chamá-las “pipocas na trilha”.

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Ora, a estrada é pública. Não há como impedi-los de trafegar por ela quando quiserem, mas não há como negar que as pipocas atrapalham. E alguns participantes inscritos, infelizmente, contribuem para isso. Por exemplo, já aconteceu de acabar o lanche dos pontos de apoio porque participantes levavam lanche para seus amigos pipocas que ficaram lá fora esperando.

Também já houve muitos acidentes com pipocas e o socorro é dado a todos, afinal.

Ou seja, a pessoa não quer pagar a inscrição, mas quer se beneficiar do apoio oferecido a quem pagou.  Índole corrupta de muitos brasileiros… isso é muito triste!

Esse ano foi ainda pior, porque cresceu muito a quantidade de carros de apoio aos pipocas o que atrapalhou consideravelmente o desempenho dos participantes, já que provocaram um enorme congestionamento em alguns trechos da estrada.

Em várias situações eu precisei parar, desviar, escapar de carros de apoio. Algumas vezes perdi o embalo em subidas por causa deles e tive que descer e empurrar. E presenciei um acidente, no caso sem maiores consequências, onde o ciclista capotou com a bike fora da estrada ao desviar do carro de um motorista distraído, preocupado somente com a “pipoca” que foi acompanhando. Uma lástima!

Vai ver que são esses mesmos que seguem pela estrada deixando para trás seu lixo, para a vergonha de todos nós.

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Saímos de Santo Antônio às 7h, eu, Eduardo e nossos amigos Adair, Rodrigo, Marcos, Cris e Marcelo.

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O Marcelo é voluntário do Projeto DV na Trilha e costuma levar em sua Tandem (bicicleta dupla) um deficiente visual; mas dessa vez ele levou a Cris, sua esposa.

No trecho inicial, ainda em asfalto, tudo é só alegria. É muito mais fácil pedalar no asfalto!

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No entanto, o encanto da viagem começa no estradão de terra.

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Com poucos quilômetros pela estrada de chão já encontramos uma série de trechos de alto risco.

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As fortes chuvas, que caíram na semana anterior ao evento, criaram valas, atoleiros e grandes poças de lama. Muitos tombos aconteceram nessas “armadilhas” ao longo do trajeto. No entanto, conseguimos ficar em cima da bike todo o tempo.

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As subidas estão por toda parte. Não terminam nunca! Na verdade, não podem ser comparadas às subidas que encontramos no Vale Europeu Catarinense. Mas, para mim, subidas ainda são o maior desafio.

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Consegui subir quase todas pedalando. Assim, naquele esquema de parar para respirar e esperar os batimentos cardíacos baixarem um pouco antes de prosseguir… mas consegui!!!

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É o momento de recuperamos um pouco da energia, ir ao banheiro, bater um papinho e seguir adiante.

Eu estava muito bem e feliz com o meu desempenho! Já havíamos passado pelo local exato onde, em 2013, eu fui resgatada.

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Km 30 – 2013

E este ano eu estava super bem, com gás para terminar o desafio.

km 30 – 2014

De repente, senti-me um pouco prostrada, sem forças, um pouco enjoada como se estivesse sem comer há tempos. O Eduardo me deu uma barrinha de cereal. Mas a graça estava acabando para mim. As paisagens já passavam batido, sem que eu as admirasse. Tudo o que eu queria era parar e deitar.

No final de uma descida longa, na Fazenda Santa Mônica, há uma enorme alameda de ficus que fazem uma bela área sombreada. Chegando ali eu desci da bike me sentindo muito mal. Deitei-me no chão úmido, coberto de folhas, e lá fiquei um durante um bom tempo.

Ainda deitada molhei a cabeça, tomei um sachê de gel de carboidrato e comi uma barrinha de rapadura. Quando consegui abrir os olhos e admirar a beleza das copas das árvores em cima de mim, percebi que tinha melhorado. Tentei pedalar na subida leve que começava ali, mas não tinha forças ainda. Fomos caminhando, o Eduardo empurrando as duas bicicletas.

Foi aí que apareceu uma van de resgate. Não tive dúvidas. Pedi socorro.

Parei com 55 km rodados, depois de 6h de pedal. Parece pouco, afinal o percurso é de 100 km. Mas para mim foi uma grande superação em relação ao ano passado!!! Ainda mais quando eu percebi que não tive nenhuma dor muscular nem bambeza nas pernas. Ou seja, se tivesse me alimentado adequadamente, certamente teria conseguido ir mais longe.

Apesar disso, recebi minha medalha junto com o Eduardo! A festa foi muito animada!

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Agora estão abertas as inscrições para o Desafiando Limites Estrada Colonial (Girassol – Pirenópolis), que acontecerá no dia 20/09/2014.

Desafiando Limites facebook estrada colonial

Se você quer participar desse evento, faça a sua inscrição. O preço é acessível a todos. Nós já estamos nos organizando! Espero concluir o desafio desta vez!!

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