Comprando uma nova bike
Passamos por várias lojas da cidade, todas muito boas e com excelentes produtos. No entanto, vou fazer algumas observações no sentido de alertar futuros compradores.
Em todas as lojas mostramos as especificações da bicicleta desejada, feita pelo Marcelo Rocha no meu Bike Fit. Tudo impresso bem arrumadinho. No entanto, esse ‘detalhe’ foi ignorado na maioria das vezes.
Vejam bem: nós pedimos uma MTB, aro 29, com 27 marchas no mínimo, o mais leve possível dentro do material e preço que poderíamos pagar, com passadores Shimano SLX e cambio Deore XT.
A maioria dos vendedores nos mostraram bicicletas aro 26, outras cujo preço estava bem abaixo do padrão especificado, ou seja, tinham itens de qualidade inferior ao que solicitamos, aquelas com pneu 700c que se dizem apropriadas para cicloturismo e até bicicletas de uso urbano. Obviamente, questionamos!
As respostas:
“Aro 29? Como assim?”
“Porque você quer uma aro 29?”
“A aro 26 é mais barata e o rendimento é o mesmo da 29.”
“Ah, tem que ser uma bike tão top?”
“Que é isso?! Você não precisa de uma bike tão boa.”
“A bike que você quer é uma Ferrari! Pra que isso?”
“Você quer pagar mais caro sem necessidade… Eu estou sendo seu amigo! Quero te ajudar””
“Para o seu objetivo, essa bike aqui está de bom tamanho.”
“MTB? Que bobagem! Pra cicloturismo essa urbana é muito melhor!”
“Pesada? Não é, não! É leve! Você não sabe o que é uma bicicleta pesada!”
“20 velocidades são suficientes, vai por mim!”
“O que faz um Bike Fit? Especifica o tamanho? A gente também sabe especificar o tamanho. Esse tamanho dá pra você.”
Enquanto isso, ao nosso lado, um vendedor atendia outro cliente e conferia o tamanho do quadro dizendo: “Monta na bicicleta e dá uma agachadinha. Tem que ter uns quatro dedos entre o quadro e você.”
Fora os absurdos, eu confesso que houve momentos em que fiquei confusa com algumas argumentações. Se não estivesse com as especificações na mão teria feito uma besteira!
Estava na cara que o mercado estava buscando basicamente aros 29 naquele momento. No entanto as lojas estavam abarrotadas de aros 26 que precisavam ser vendidas. Além disso, muitos proprietários de lojas não têm preparo e tampouco investem no preparo dos vendedores. Quando falo em preparo não quero dizer apenas conhecimento do produto a ser vendido e é obvio que isso é fundamental; falo também de sensibilidade no atendimento. Se o cliente chega sem saber o que quer, pode ser levado em qualquer direção. O mínimo que se espera de um profissional, nesse caso, é que ele seja honesto com o cliente, mesmo se esforçando para concretizar a venda. Mas se o cliente chega seguro do que quer e o vendedor tenta fazê-lo mudar de direção, ele perde a venda.
Então, para evitar coisas assim, é bom avaliar antes o que se deseja e chegar às lojas para pesquisar já com todas as informações possíveis, para não correr o risco de se arrepender depois.
A bicicleta que eu amei: uma Specialized Stumpjumper 2012, LINDA e super levinha (10,5 Kg sem os pedais). Li muitas coisas a respeito dela. De fato é uma bike excelente para competições. Mas que mal há em não competir com ela??? O problema é que ela só tem duas coroas com um total de 20 velocidades. Foi descartada.
A segunda bicicleta que mais amei e que decidimos comprar foi uma Scott Scale 29 Team 2012. Não é tão leve (12,5 kg) quanto a Stumpjumper e as cores são meio mortinhas se comparadas à outra, mas é linda e atendeu ao padrão de qualidade desejado. Só trocamos os passadores de SL para SLX.
Os vendedores nota 10:
Charles, da Sport Cicle (310 Sul): ele manteve o foco no que pedimos, foi muito atencioso e profissional, nos deu boas opções, nos deixou bem à vontade.
Danillo, da JC Bikes (Vicente Pires): ele sugeriu alguns ótimos modelos dentro das especificações, deu explicações técnicas, aconselhou que víssemos em outras lojas as marcas que ele não tinha e se prontificou a fazer o pedido da Scott nas medidas exatas especificadas no Bike Fit.
Compramos a bike na JC Bikes Vicente Pires: