3 de novembro de 2012

Voltando a pedalar – Barragem do Paranoá

Por Erika Horst

Passamos alguns dias sem poder pedalar  e, no dia 19/08/2012, decidimos  fazer o percurso que descrevi no primeiro post do Casal Pedivela: Cicloturismo? Palavra interessante…, quando rodei 2 km do trajeto e desisti! Não tinha a menor condição de seguir!

Bem, de novo planejamos sair do Eixão Sul, altura da rua das farmácias e seguir pelo Eixão Norte, Lago Norte, Varjão, Barragem do Paranoá, Lago Sul, Ponte JK, L4 Sul, S2 Leste e, finalmente, voltar ao Eixão Sul. Embora pedalar no asfalto seja bem mais fácil que pedalar na terra, seria um longo percurso de 45 km e com subidas fortes. Eu topei, mas não acreditava que conseguiria.

Era um domingo e o sol pálido, atípico em agosto, não castigava muito. Talvez por isso o Eixão estava mais animado que de costume: lotado de gente, pedalando, caminhando, correndo, muitos com skates e patins!

Saindo do Eixão, o trecho entre a Ponte do Bragueto e o Lago Norte é o mais perigoso! Sem falar na subida da entrada para o Lago Norte. Ali os carros estão sempre em alta velocidade, não há acostamento e o ciclista (no caso, eu) tem que fazer um esforço sobrenatural para, além de subir, manter-se no cantinho evitando ser atropelado.

O Eduardo subiu rapidinho e ficou lá em cima me esperando. Nem todo mundo tem que fazer tanto esforço… Ele achava que eu teria que empurrar a bicicleta neste trecho. Eu fui subindo bem devagar, respirando fundo, atenta aos carros que vinham quase voando. O retrovisor que usamos no capacete ajuda bastante! Quando cheguei lá em cima estava arrasada! Mas não empurrei!!! Daí parei, respirei fundo até recuperar o fôlego, tomei água e seguimos em frente.

Havia um caminhão vendendo melancias pouco antes da chegada à ciclovia do Varjão.  Aproveitamos, claro!! Ah… que delícia! Estava doce e refrescante!

Seguimos pela ciclovia do Varjão até a Barragem do Paranoá. Uma subida sem fim, mas não muito íngreme. Meu lema era ir com calma. Parávamos de vez em quando para comer frutas frescas, secas e castanhas. O Sol continuava fresco, fraquinho. Um alívio!!!

 

Chegamos finalmente à Barragem do Paranoá por uma ‘bela descida’. Ufa! Lá pretendíamos comer uma farofa de ovos e já estávamos famintos!!! No acostamento da descida havia muita sujeira, como pedaços de pau, cacos de vidro… o pneu traseiro da bike do Eduardo furou. Ainda bem que sempre levamos o kit remendo e uma bomba de ar.

 Enquanto ele reparava o pneu, peguei o cardápio para fazer o pedido e descobrimos que o restaurante ainda não estava aceitando cartão. Inusitado em Brasília! Mas eles explicaram que estão providenciando… enfim, só tínhamos R$ 20,00 no bolso. Deu para uma farofa de ovos (bem servida, por sinal) e uma coca em lata. Dividimos tudo e devoramos! Muito bom!!

Eu não estava com nenhuma pressa de sair dali, porque logo após a Barragem vem a “pior subida do mundo” até chegar ao Lago Sul. Eu tinha certeza de que empurraria a bicicleta morro acima e já estava pregada só de pensar, porque empurrar também cansa muito e a subida é bem longa!

Mas o Eduardo foi rápido no reparo e tivemos que seguir. Gente!! A subida chegou!! Engatei a coroinha e fui subindo, pronta pra parar a qualquer momento!! Só que não parei!!!! Fui subindo, subindo, sem nenhuma expectativa de terminar e cheguei lá em cima pedalando!! O melhor de tudo é que nem fiquei esbaforida! Ah! Que sensação boa!!!

Nem eu nem Eduardo estávamos acreditando naquela façanha! Foi ali que percebi o quanto o treinamento dá resultado quando aliado a uma alimentação correta, bom sono, muita água! E a minha sensação foi de que depois da subida da barragem, eu posso ir a qualquer lugar!

Seguimos pelo Lago Sul, pegamos a Ponte JK, L4 Sul, S2 Leste, retornamos ao Eixão Sul e terminamos o percurso com o coração leve! Almoçamos (ou jantamos…) no Outback e quando chegamos em casa minhas pernas estavam bambinhas! Fomos dormir cedo e sorrindo!

E aqui termina a minha  saga de voltar a pedalar. Ela rendeu muito além da primeira, que terminou no dia em que caí na Fazenda Taboquinha e tive o cotovelo fraturado. Com essa última, pude perceber que saúde física, mental, espiritual é um conjunto de atitudes. Não adianta tentar pular etapas, esquecer de detalhes que unidos farão toda a diferença no resultado.