Velotour 2014 no Vale Europeu – 6º dia: Alto Cedros à Palmeiras (46 km)
O meu pé amanheceu bem inchado, mas eu não sentia muita dor.
Conseguia caminhar sem mancar muito. Coloquei mais gelo e o Eduardo fez a massagem com o Cataflam Gel que o Fábio Fes tinha nos arrumado.
Eu queria muito continuar, mas tinha medo de piorar as coisas… Então pedi ao Rodrigo, que ficaria no carro de apoio naquele dia, que me deixasse sempre na frente dele, caso eu precisasse do resgate. Então deixamos o Parador da Montanha pedalando, sem saber ao certo se eu aguentaria até o fim do dia.
Fomos quase os últimos a sair, mas dessa vez alcançamos um pessoal que parou para ajudar o Adriano, que teve problemas com a corrente da bicicleta.
Por pouco tempo, porque mais adiante nos alcançaram e novamente ficamos para trás. Engraçado que nesse dia nosso humor já estava meio seco.
A bela paisagem já não nos encantava tanto e tudo o que queríamos era chegar! Meu preparo físico não foi adequado e isso acabou sobrecarregando o Eduardo, que ia e voltava para me ajudar.
Por isso é tão importante um bom treinamento. Nosso amigo Rodrigo Huais dizia, desde o primeiro dia, que o corpo ia se adaptar no decorrer do caminho. Não sei se ele estava brincando; de qualquer forma, não foi o que aconteceu conosco.
Eu insisto em recomendar que ninguém vá ao Vale Europeu despreparado fisicamente e pensando dessa forma, porque no limite da resistência o que deveria ser prazeroso pode acabar se transformando em uma tortura e aí tudo perde a beleza.
Este foi outro dia muito difícil! As subidas não eram nada em comparação com as de outros dias, mas já estávamos muito cansados.
O portal da fazenda Bona, ponto mais alto de todo o percurso, não chegava nunca! Ela fica a 920 metros de altitude. A partir do portal ainda haveria 21 km até o último PC e mais 10 km até a pousada.
Ainda assim, quando chegamos ao portal foi um alívio tremendo, porque dali em diante teríamos um caminho “quase” só de descidas.
E descemos! Quando chegamos ao segundo PC, em frente à entrada da Cachoeira Formosa, o tempo estava com cara de pouquíssimos amigos. Vinha chuva forte e chegaria logo. Então desistimos de conhecer a cachoeira e foi aí que ultrapassamos grande parte do grupo que ainda estava lá se refrescando.
A chuva veio mesmo, mas não tão forte quanto prometera. Chegamos ao último PC, onde tivemos um bom tempo de descanso antes de seguir para a Estância Turística Vale dos Ventos, 10 km adiante.
Chegar ao Vale dos Ventos é um refrigério tão grande, porque tudo por lá é lindo e nos inspira paz.
Dessa vez ficamos no Chalé Itália, muito lindinho e aconchegante.
De nossa suíte, no andar superior, ouvíamos o vento forte que justificava o nome do lugar.
Atrás do chalé, corre um riacho que nos embalou a noite toda.
Além disso, constatamos felizes que o Ciro Bona não perdeu a mão para os quitutes, pratos principais, pães, bolos, omeletes, sopas. Ao contrário, parece que está ainda melhor.
Cada detalhe foi pensado, cuidado e feito pelas mãos dele para brindar nossas papilas gustativas no jantar e no café da manhã. “Isso é que é cicloturismo”, não é mesmo, Rui Wong?
O Ciro disse que quer fazer o circuito no Velotour 2015! Achei o máximo! Mas logo lembrei que ele só poderá ir até Doutor Pedrinho. De lá deverá voltar de carro correndo para o Vale dos Ventos. “Senão, quem vai preparar nossa orgia gastronômica???” E não é que ele concordou??!
Ah, o tornozelo torcido! Quase me esqueci! Ele ficou tranquilo, não me incomodou durante todo o percurso e pasme: chegou ao destino menos inchado do que quando saímos! Pedalar é um remédio excelente para casos como esse, gente!!!
Outras fotos do 6º dia de pedal:
Exalto, pois, a alegria, porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida que Deus lhe dá debaixo do sol. Eclesiastes 8.15