Estrada Real – A ideia
Eu sempre tive vontade de viajar pela Estrada Real. Quando chamei o Eduardo, pensava em ir de carro. Ele sugeriu moto. Topei na hora! Planejamos a viagem para setembro de 2009. Comemoraríamos nossos aniversários na “estrada”!
Isso já faz 3 anos. Como lembrar de tantos detalhes para contar agora? Eu fiz o registro diário de boa parte da viagem num caderninho que ficou esquecido na estante. Quando o encontrei sem querer, foi como se tivéssemos voltado de lá ontem… E as lembranças começaram a emergir do fundo da alma! Tão bom reviver aquela história! Do meio para o final da viagem, os registros foram diminuindo, certamente, em razão do cansaço que foi aumentando…
Para mim, o maior desafio do planejamento foi fazer a mala (ou o baú). Tínhamos dois baús laterais, um para cada! E um traseiro para as ferramentas, capas de chuva, lanternas, guias, mapas, filmadora, máquina fotográfica, casacos, etc.
Caramba! Íamos passar duas semanas viajando e eu tinha menos que uma mala de bordo pra acomodar toda a minha bagagem!? O resultado foi que o meu conceito daquilo que eu preciso numa viagem teve que mudar, porque definitivamente o meu velho conceito não ia caber naquele baú. Eu fiz um milagre, sabe?! E acabei trazendo de volta algumas peças de roupa sem usar… Nem acreditei! Depois disso, minhas malas nunca mais foram as mesmas.
22/09/2009
Saímos de Brasília rumo à Estrada Real em uma Honda/Varadero. Eram 6h45 e eu já começei a cochilar antes de sair da cidade. Em Cristalina paramos para um café e levei uma bronca, pois numa curva entre Luziânia e Cristalina eu enverguei e quase fomos ao chão. Então o Eduardo me amarrou no baú traseiro com uma tira dessas usadas em macas de salvamento. Pude cochilar sossegada, afinal.
Por volta de meio-dia, estava tão quente que decidimos almoçar e achar um lugar para tomar banho e dormir um pouco. Desse modo, às 14h, depois de rodar 467 km pela BR-040, tomamos o primeiro gole da cerveja geladíssima do Mirante do Velho Chico, em Três Marias-MG. Comemos um delicioso “Peixe à Moda” e dali fomos procurar um canto para descansar.
Dormimos pra valer, mas saímos do Motel Blue Moon, que encontramos na estrada, às 17h revigorados! Embora já estivesse meio tarde, foi o melhor que fizemos, pois tinha caído o maior toró e a estrada ainda estava molhada! O clima até esfriou. Rodamos mais uns 85 km pela BR-040 e pegamos a BR-259. Aí foi que demoramos, porque escureceu nesse meio tempo e as condições da BR-259 estavam péssimas! De repente, o sistema de travamento do acelerador começou a soltar. Tivemos que parar pra ajeitar antes que ficasse pela estrada perdido. Esse sistema trava o acelerador na velocidade desejada, dando um grande alívio ao punho do piloto. Estava escuro demais e a BR-259 não tinha acostamento. Até achar a lanterna no baú… No fim deu tudo certo! Normalmente faríamos o trecho de 128 km de Três Marias a Curvelo em 1h30. Fizemos em 2h20.
Às 19h20, chegamos a Curvelo e escolhemos o Sagarana Hotel, porque tinha garagem. Um pouco caro para o que oferecia, mas depois de comer uma pizza bem mais ou menos perto dali, tivemos uma boa noite de descanso.
Então você dorme na moto, é? Uma vez isso aconteceu com minha companheira e foi um baita susto. Paramos na hora e só continuamos após ter certeza que ela estava bem acordada. E é tranquilo dormir “amarrada”? Parabéns pelo relato!
Pois é, Fábio! Garupa fica entediada… prefiro pilotar! Mas “amarrada” cochilei mais profundamente e o Eduardo ficou mais tranquilo. 🙂 Foi bom, sim!
Obrigada! Abraço!