23 de agosto de 2012

Displasia Coxofemoral na Flora – A Cirurgia

Por Erika Horst

Conforme relatei em postagem anterior, a Flora é portadora de displasia coxofemoral. Quando descobrimos isso, consultamos os melhores especialistas em Brasília e a orientação de todos pode ser resumida nas palavras do Dr. Sandro Alex Stefanes:

“Atualmente a protese total de quadril constitui um dos mais efetivos tratamento para displasia coxofemoral. O resultado clínico funcional é muito satisfatório, devolvendo aos animais uma excelente qualidade de vida. Ao contrário das demais técnicas cirúrgicas aplicadas para displasia, a prótese de quadril elimina a progressão da doença, evitando recidivas clínicas. Hoje a técnica mais moderna de prótese de quadril é o uso de próteses não cimentadas. Estas são mais seguras e mais duradouras que as demais modalidades. Uma alternativa ao tratamento cirúrgico, muito efetiva no controle da dor e com bom resultado funcional é a aplicação de Shock Wave Terapia que tem apresentado resultados muito expressivos nos casos de displasia coxofemoral. A escolha do tratamento é individual e depende do grau da displasia, da condição clínica do paciente e da intenção do proprietário”.

Considerando a idade da Flora e o grau da doença fizemos a opção pela cirurgia. O problema era que ainda não havia médicos capacitados para esse tipo de cirurgia em Brasília. Então o Dr. Sandro conseguiu trazer um médico com a capacitação necessária, o Dr. Wanderley Severo, do Rio de Janeiro.

No dia 10 de junho de 2011 a Flora foi submetida à cirurgia de colocação de prótese no quadril direito que estava em piores condições. A cirurgia demorou por volta de 4 horas e foi realizada pelo Dr. Wanderley Severo, auxiliado pelo Dr. Sandro Alex Stefanes. Correu tudo bem. Foi retirada a cabeça do fêmur da perna direita e colocada uma prótese de titânio.

A Flora ficou internada 5 dias por causa da distância entre a clínica e nossa casa. Ela poderia ter ido pra casa com 2 dias, mas preferimos evitar o transporte tão cedo. Quando voltou pra casa ficou confinada, literalmente, num espaço de 1 metro quadrado. Ali dormia, bebia água e se alimentava. De manhã, na hora do almoço e à noite a levávamos ao jardim para fazer as suas necessidades, presa à guia, bem devagar, com muito cuidado para não passar por pisos molhados e escorregar. Assim foi por 30 dias. Era de matar de dó, porque ela não gosta de ficar sozinha, mas foi necessário o sacrifício para o sucesso na recuperação, pois o Dr. Sandro explicou que demora um tempo para o organismo fixar a prótese no osso. Somente ao final de 90 dias esse processo é concluído. Por essa razão, antes disso, qualquer trauma pode causar o deslocamento da prótese e a necessidade de outra cirurgia.

Depois de 30 dias, ela voltou a ficar conosco durante o tempo que estávamos em casa. Mas sempre presa à guia. Não podia ficar circulando. Já deu pra ela ficar um pouco mais feliz!

Passados cerca de 50 dias, o Dr. sandro a examinou novamente e ela foi liberada para fazer pequenas caminhadas na guia e ficar solta em locais onde não pudesse sair correndo ou pular.

Flora solta, sob supervisão, 53 dias depois da cirurgia

Somente depois de 90 dias, quando refizemos a radiografia e constatou-se que a prótese já estava bem firme é que a Flora voltou a ter vida normal. Mesmo assim não deverá mais fazer o agility de que ela gostava tanto.

São preferíveis atividades como natação, caminhadas e corridas bem leves para evitar o agravamento da displasia no quadril esquerdo.

O que não dá pra evitar são as perseguições às bolinhas, a paixão da Flora!

Segundo os médicos, o sucesso da cirurgia depende da colaboração do proprietário no pós operatório. Não foi fácil, não! O cuidado foi constante, o sacrifício enorme, principalmente por causa dos outros bichinhos. Além da Bia e da Bianca, nossas Lhasa Apso, havia os 7 fihotes da Bianca, crescendo e fazendo bagunça. Ela queria brincar, não estava sentindo dor, não entendia porque tinha que ficar presa… Enfim, fizemos a nossa parte e valeu a pena!

Em janeiro deste ano, percebemos que ela sentia dor e estava irritada… Ficamos apavorados, achando que poderia ser a perna esquerda reclamando… Mas logo ela foi diagnosticada com a Erliquiose, Doença do Carrapato, que dá muitas dores nas articulações. Quando ela ficou boa da Erliquiose, em fevereiro, foi feita outra radiografia para reavalição do posicionamento da prótese e a evolução da displasia na perna esquerda. O Dr. Sandro disse que a prótese estava perfeita e que não seria necessário qualquer procedimento na perna esquerda por enquanto. Ufa! Podíamos dormir em paz por mais um tempo…

No entanto, ela continua em observação constante para percebermos quando se cansa de brincar, como caminha ou corre, se está irritada, enfim qualquer coisa que indique piora na perna esquerda! Por enquanto está tudo bem  e estamos muito satisfeitos com a assistência que o Dr. Sandro nos tem dado.

A cirurgia da Flora foi a primeira desse porte em Brasília, mas depois dela outros 15 cães já foram operados da mesma forma, com os mesmos médicos e, a maioria, com resultados positivos. Brasília já dispõe também de tecnologia de próteses de cotovelo e joelho, principalmente indicada para casos de Osteoartrose não responsiva a tratamento conservador dessas articulações. Excelente para os clientes da cidade!

Saiba mais sobre os médicos veterinários:

Dr. Sandro Alex Stefanes
Graduação Universidade do Estado de Santa Catarina -UDESC
Mestrado e doutorado em cirurgia veterinária pela UNESP – Jaboticabal
Professor de cirurgia – UPIS-DF
Membro diretor da OTV
ORTOSPINE – LINKVET
www.linkvet.com.br
Ortospine@linkvet.com.br

Dr. Wanderley Severo
Graduação Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ
Membro diretor da OTV
Clínica Vila Isabel-RJ
www.linkvet.com.br