17 de julho de 2011

Bonsai de Ligustrum

Por Erika Horst

 

Bonsai de Ligustrum Erika Horst – Foto 22/02/2011

O Ligustrum já estava com 14 anos quando o compramos da Jô Ribeiro em uma visita ao seu viveiro no Park Way no dia 12/01/2011. Ela usou no tronco a técnica do jin e do shari.

Jin é um galho (ou uma ponta de um tronco) que, por algum acontecimento natural, morreu e ficou seco na árvore. Muitas vezes um raio pode queimar um galho e ele ainda permanecer ali. O Jin dá à planta um aspecto de mais idade.

Shari, por sua vez, é quando um tronco, por algum motivo também natural, perde parte da casca. Geralmente, quando um galho cai, seu próprio peso arranca parte da casca da árvore. Isso também é uma marca que dá à planta, uma aparência mais velha.

É possível produzir esse efeito raspando a casca do tronco, ou galho, por completo, usando alicates, canivetes ou alguma outra ferramenta. Embora não seja um processo muito complicado, é preciso ter uma visão estética apurada para conseguir fazer um trabalho bonito.  A Jô Ribeiro conseguiu!

Veja que lindo também esse ligustrum do site Mestre Bonsai.

 

Foto site: http://mestrebonsai.files.wordpress.com

 

CUIDADOS ESPECIAIS COM O BONSAI LIGUSTRUM

Ambiente: O Ligustrum prefere climas amenos e úmidos. Quando exposto ao sol tem tendência em queimar os rebordos das folhas e em casos extremos, queimar totalmente a folha. Em vaso, isso é muito comum. Por isso deve-se ter o cuidado de lhe fornecer o máximo de luminosidade possível, mas evitar o sol direto durante os meses quentes ou de verão.

 Características: É a espécie mais conhecida como bonsai na Europa, devido à facilidade de manutenção. É muito resistente e tem brotação abundante, sendo uma das espécies ideais para quem está  dando os primeiros passos na arte bonsai. É um arbusto nativo da China que pode ter 3 a 7 metros de altura. Planta de folha caduca ou semi-caduca,  no Inverno em ambientes frios tem tendência em perder uma boa parte das folhas que se tornam amarelas, principalmente se estiver no exterior. Os ligustrum mais próximos do equador têm mais tendência a ser perenes, por evolução climática. De folhas opostas, o que permite em termos de poda o aparecimento de dois novos ramos sempre que o topo de crescimento a seguir à folha é removido.
Existem sub-espécies de folha completamente verde e algumas de folha variegata, assim como existe uma sub-espécie cultivar que apresenta folha de um amarelo dourado. Deve-se manter a terra bem úmida no verão por ser uma espécie que absorve água com estrema facilidade e porque cria muitas raízes e muito facilmente.

Fertilização: Fertilização em excesso queima as raízes com facilidade. Os primeiros sinais são os das folhas ganharem uma tonalidade castanha, sendo seguida por um escurecimento em casos mais extremos. É preferível fertilizar em quantidades menores, até porque, mais alimento dá origem a novas folhas maiores o que não é interessante num bonsai.

Rega: Apesar de ser uma espécie que adora água, não é de forma alguma uma planta aquática. Deve-se manter a terra bem molhada no calor e em ambientes secos e apenas levemente úmida (umidade-pano-torcido) durante o inverno.
NUNCA borrifar as folhas, principalmente no interior e durante tempo frio e úmido, pois leva ao aparecimento de fungos (como o míldio) nas folhas, ramos e tronco que acabam por matar o bonsai.

Transplante: Quando começa a primavera vegetativa, até meio do verão, nunca no outono ou inverno. Durante o transplante não deixar as raízes secarem. Cortar a ponta das raízes estimula a sua ramificação. Gosta de solos um mais ricos em húmus, mas também com minerais, evoluindo bem em misturas de 1 (máx.2) de akadama para 3 de humus.

Poda: Para aparar apenas, corta-se o rebento da ponta que leva à ramificação. Para formação e ramificação, deve-se deixar um mínimo de 2 folhas saudáveis no ramo e cortar a cima deixando um pequeno toco. Cada par de folhas ramificará num rebento, ou seja, aparecem dois rebentos junto às folhas que ficaram. Para se dar mais volume e mais folhas, deve-se podar acima de cada par de folhas que apareça, desde que as folhas existentes tenham aberto por completo e apresentem aspecto de serem mais adultas.

Reprodução: É tão fácil por estacas que enraíza em copos com água. Porém deve-se limpar o ramo cortado deixando apenas 2 folhas, para evitar dispendios de energia.  Por semente, basta colocar em terra e cobrir. Mantém-se a terra bem úmida o que leva à decomposição da baga; a sua fermentação facilita a germinação das sementes.

Higiene: Deve-se limpar as folhas que caem na terra, porque acumulam fungos ao apodrecer que podem ser transmitidos à planta viva. Pode-se varrer facilmente as folhas amarelas/secas com uma vassourinha para bonsai, quer no solo, quer nos próprios ramos.

Aramação: Por ser de crescimento muito rápido pode-se usar arame, mas com muito cuidado para não ficar marcado, algo que começa a acontecer 2 a 3 semanas após colocação deste. Por esse motivo usar por exemplo ráfia, usar estacas ou amarrar pesos, são alguns dos melhores métodos.

Fonte: Mestre Bonsai