Vale Europeu – Alto Cedros à Doutor Pedrinho
31/03/2013 – 3º dia
Era manhã de Páscoa e fomos recepcionados no salão para o café da manhã, às 9h, com abraços, uma linda mensagem e ovinhos de chocolate. Minha família certamente já tinha saído do culto de Páscoa que aconteceu às 7h, pensei. Jesus, enfim, ressuscitou! Que alegria!
Uma grande variedade de delícias cuidadosamente apresentadas estavam à nossa disposição.
Eu adoro essa parte! A apresentação só não é tão importante quanto o sabor. Mas, em geral, quando há tanto esmero na apresentação, o sabor não decepciona. Ali no Parador da Montanha tudo é bem cuidado, bem pensado, inspira aconchego, conforto!
O Oscar e o Marco estão de parabéns! Mais uma vez, tudo o que queríamos era passar o dia curtindo aquele lugar de sonhos… Já combinamos! Numa próxima viagem, pedalaremos num dia e descansaremos no outro, especialmente em lugares tão acolhedores como esse!
Muito bem, alforges arrumados nas bicicletas, fotos, despedidas. Seguimos adiante.
Na primeira subidinha eu já estava exausta! Ai, que preguiça! Mas nesse dia, a despeito de grandes e longas subidas, pegamos longos trechos de descida, pois baixamos de 864m de altitude para 518m. E ao contrário do que pensei, as descidas também não são tão confortáveis, porque se você não for louco pra largar a mão do freio (que nem o Eduardo ou uns e outros), vai descer que nem eu, com cuidado, freando, equilibrando-se. Um tombo nessa situação pode acabar com o programa e com a alegria. Felizmente não houve nenhuma intercorrência!
O sol resolveu aparecer e chegou escaldante! A todo momento o Eduardo pensava em tomar uma cerveja bem gelada, inexistente por aquelas bandas do circuito, assim como qualquer tipo de alimentação. O caminho que continuou belíssimo, foi quase todo bem sombreado, dando-nos grande alívio de não torrar no sol o dia todo. Em contrapartida, a quantidade de árvores em muitos momentos causou um certo abafamento e excesso de umidade ao qual nós, de Brasília, não estamos acostumados.
Às 14h15 paramos na estrada, num lugar muito agradável, fresco, com sombra fechada e pedras grandes onde pudemos nos sentar para comer nossa farofa de carne seca pelo terceiro dia consecutivo! Olha, não sei o que seria de nós sem aquela farofa! Foi um anjo que veio mandado por Deus para nos dar essa ideia a tempo de executá-la. Almoço de 15 min, pedal na estrada!
Chegando à parte mais plana, começaram a surgir belos arrozais, muito comuns na região. Vimos que já iniciaram a colheita e soubemos que ao término eles enchem a terra de marrecos, a fim de limparem o terreno. Marrecos bem alimentados, crescidos deixam o terreno pronto para a próxima plantação de arroz e são transformados numa iguaria tradicional na região: marreco recheado!
Para chegar em Doutor Pedrinho passamos por um longo trecho plano e tranquilo, lindo de morrer (ou melhor, de viver!). No entanto, para chegar à Bella Pousada tivemos que encarar a última subida do dia. Eis que às 17h55 alcançamos nosso destino, enfim. Não foi nada comparado ao que já tínhamos encarado, mas juro que eu queria chorar quando vi o que teria que subir. Ela fica no alto de um morro de onde há uma bela vista de da cidade!
Lá encontramos um grupo de ciclistas arrumando as bicicletas na carretinha para voltar à sua cidade. Um dos rapazes, o Marcelo, conhece a turma do Pedal Noturno e do Rebas do Cerrado, em Brasília. Eles aproveitaram o feriado de Páscoa para percorrer a parte baixa do circuito.
A Izabel, proprietária da Bella Pousada, recebeu-nos muito bem! Só havia nós dois hospedados para aquela noite e ela caprichou no nosso jantar! Arroz, salada verde, farofa, salmão, pernil e batata assados, torta de cebola com palmito (super diferente, deliciosa!) e, claro, a desejada cerveja, que estava bem geladinha para matar a sede atrasada! Sobremesa: amendoim doce com ovinhos de Páscoa. Se não tivéssemos feito uma reserva com antecedência, pegaríamos a pousada fechando e não haveria aquele super jantar preparado especialmente para nós.
Numa das subidas desse percurso, havia no meio da estrada uma corrente de bicicleta inteira largada. Alguém teve uma baixa grave por ali. E nós pudemos comemorar, mais uma vez, o fato de terminarmos o dia sem nenhum tipo de problema além de uma grande exaustão, que não nos impediu de terminar o dia. Até então, cicloturistas e bicicletas, sobrevivemos e vivemos grandes momentos!
Nesse caminho passa carro ou é só para bicicleta?
A maioria das estradas são secundárias, mas passam carros, sim. Não há nenhuma exclusiva para bicicleta.
Em alguns trechos vimos praticamente nenhum carro. Em outros um pouco mais. Não é perigoso! Tranquilo nesse sentido. Bjs.
Na verdade, eu não estava pensando nesse tipo de perigo. Achei o caminho muito legal e fiquei pensando se podia ser feito de carro, o único meio para mim, rsrs. bj
Ah… pode fazer de carro, sim!! Você vai amar!