O bonsai na minha vida

A primeira muda

Minha sogra tem um pomar. Amora, manga, caqui, acerola, pitanga, goiaba, jabuticaba, maracujá, mamão, romã, graviola, limão… claro, o terreno é enorme! Eu e Eduardo temos um terreno pequeno e gostamos de plantas, mas não dava pra ter um pomar! Só que a Lúcia (minha sogra) achava que dava sim pra termos um pomar. Então, em 13 de novembro de 2010 nos presenteou com uma pequena muda de romã. Imediatamente, descartamos a possibilidade de plantá-la em casa. Não havia mesmo espaço para árvores grandes. Pensamos em oferecê-la ao meu irmão… uma decisão amargurada, visto que não gostamos de desprezar presentes. No mesmo dia, fomos ao Casa Park e lá estava acontecendo a Feira Botânica, evento quinzenal nesse shopping à época. A Jô Ribeiro, bonsaísta de Brasília, expunha muitos exemplares de bonsais de árvores frutíferas, novidade para mim. Ficamos encantados! Quando vi um bonsai de romã, com frutas e tudo, lembrei imediatamente da muda que ganhamos e, conversando com a Jô, decidimos transformá-la num bonsai. Foi nosso primeiro exemplar. Ainda é um pré-bonsai, acredito. Mas é lindo! Obrigada, sogrinha, por me levar a descobrir uma arte maravilhosa! Agora podemos ter um pomar!!

Três exemplares de bonsai

Na mesma Feira Botânica onde tivemos a idéia de transformar a muda de romã em um bonsai, adquirimos quatro exemplares lindos! Uma cerejeira, uma parreira, uma figueira. Os dois últimos com frutos. A parreira exibia dois cachos muito charmosos de uvas ainda bem verdes. Uma espécie desconhecida pra nós. Nem imaginamos que as uvas ficariam roxas. Sim, ficaram roxas e deliciosas!

Já a figueira demorou um pouco mais. Veio com quatro figos verdes. Foi uma vida (uns 3 meses) para amadurecerem. Eu podia ter feito um doce de figos. Para isso eles devem estar verdes. Mas eu adoro figos maduros! Tive que esperar um pouco e comi todos!

Visita ao viveiro da bonsaísta Jô Ribeiro

Em janeiro de 2011, dois meses depois da aquisição dos nossos primeiros bonsais, eu tive algumas dúvidas… Não sabia se estava molhando demais ou de menos, a romãnzeira necessitava de adubação e eu não tinha coragem de fazê-lo sozinha. E o sol tão forte? E a chuva excessiva? Eu seguia à risca todas as orientações que recebi, mas estava muito insegura. Então coloquei os quatro no carro e fui ao viveiro da Jô para que ela desse uma olhada neles. Nossa, que lugar incrível! Ela tem uma quantidade enorme de bonsais, pré-bonsais e mudas. Dei uma volta por lá, admirando tudo! Ela me ofereceu um suco de melão delicioso, tomamos chuva enquanto passeávamos pelas bancadas, namorei muito, muito aquelas plantas… Quanto aos meus quatro filhos, romãzeira, parreira, figueira e cerejeira, estavam todos bem. Adubamos a romãzeira e era só o que precisava ser feito. Fiquei aliviada! Então eu estava fazendo tudo certinho. Mas o resultado dessa visita foi que voltei pra casa com uma família de bonsais bem maior!!

Não resisti aos seus encantos! Comprei vários e só não comprei outros mais porque o Eduardo ia me internar… na verdade ele quase fez isso. Ah, também ganhei alguns de presente da Jô! Ela é uma graça!

Dúvidas

É claro que com tantos exemplares, eu teria novas dúvidas. Comprei revistas, livros, pesquisei sites e blogs na internet. Queria fazer um curso, mas não havia nenhum disponível em Brasília. Falei sobre isso com a Jô e ela informou que dava cursos básicos para grupos, mas que não sabia quando seria o próximo, pois ela não estava tendo tempo para organizar tudo. Pensei na possibilidade de fazer cursos fora daqui, mas não seria fácil! Acabei me dedicando à leitura. Em fevereiro o meu limoeiro começou a enrolar as folhas.

A acácia parecia infeliz, estava estranha… Então liguei pra Jô e pedi que viesse visitar as minhas pequenas árvores. Não dava mais pra ir lá com todas elas. Ela veio em 22 de fevereiro de 2011. Trouxe-me de presente, um Ipê de sete meses, bem pequenino, um encanto! Foi logo dizendo que meus bonsais estavam todas lindos, que eu estava de parabéns, coisa e tal! Fiquei toda inchada! Só que o limoeiro estava mesmo com pulgão e a acácia com cochonilha.

Ela me ensinou como combater as pragas: veja no post sobre o Bonsai de Acácia.

Um curso só pra mim

Perguntei de novo à Jô quando ela ministraria um curso básico. Sem previsão. A Jô foi embora… ai, ai… as minhas plantas estavam bem, mas minhas dúvidas não tinham sido sanadas. Além disso, estava desesperada de vontade de começar minhas próprias experiências. Ao andar pela cidade, ficava imaginando as árvores do caminho miniaturizadas, até sonhava com elas! Então liguei pra ela novamente e pedi um curso particular… he, he! Não é que ela topou!!? Veio à minha casa em 07 de março de 2011, em plena segunda-feira de carnaval, e me ensinou tudinho!! Segundo ela, foi um curso “avançado”, pois nos aprofundamos mais que num curso básico. Mas sei que estou longe disso, porque é muita informação!

Esta Piracanta foi a primeira a ser trabalhada:

Trouxe várias mudas pra trabalharmos. Conversamos muito sobre a história do bonsai, os estilos, modos de propagação. Fizemos umas nove podas de raiz, envase, poda folicular.

Aprendi na prática coisas já tinha visto nas revistas, livros e sites. Na verdade, aprendi mais. Foi um dia muito legal! Quando digo que “aprendi na prática”, quero dizer “pratiquei um pouco a teoria”. Aprender mesmo… nossa, sei que ainda não sei nada dessa arte milenar! Obrigada, Jô!

2 comentários sobre “O bonsai na minha vida”

  • Regiane disse:

    Estou fazendo pesquisa sobre bonsai, me responde por gentileza conforme sua experiência.
    Qual a importância do bonsai na sua vida?

    • Erika Horst disse:

      Oi, Regiane! Eu sempre fui muito apressada! O bonsai me proporcionou calma, um novo olhar para as minhas urgências, uma vida mais disciplinada. É preciso respirar, observar, amar para cuidar de um bonsai.

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