19 de julho de 2012

Cuidados Femininos para Pedalar Longos Percursos

Por Erika Horst

Quando comecei a pedalar, sentia muitas dores no bumbum e adjacências.  Ai, que sofrimento durante e depois do pedal! Ficava com dores vários dias.  Tive que tomar algumas providências:

Troca do selim: Os bancos originais das bikes são muito estreitos e duros. Coloquei um “sofá” de gel, o Selim Serfas DDLD-200 Feminino. Aí alguém disse: “Mas que banco enorme! Descaracterizou a bike!” Não me importei com a crítica, porque meu conforto é muito mais importante que a estética da bicicleta. Além disso, não achei que ficou feio, não. Na hora a gente estranha. Depois o banco novo se  incorpora à bike, passa a ser seu amigo e pronto! Já me senti melhor.

Algum tempo depois eu comecei a ter dores nas costas. Minha professora de pilates matou a charada e disse que devia ser posição errada na bicicleta. Reparando, vi que para aliviar dores no bumbum (novamente) eu estava me encolhendo toda na bike. Foi aí que percebi que o meu selim já estava muito gasto, rachando. Comecei a procurar um selim para substituir, vi várias opções e fiquei interessada no Selim Carbon Confort Ride Out. O único defeito dele é o preço, bem salgado para o meu bolso! Continuei a pesquisa, porque há selins confortáveis de excelente qualidade em várias marcas e de todos os preços. Então o Eduardo lembrou que eu devia pedir sugestão ao Marcelo Rocha, que fez o meu bike fit. Claro!!! 

 

 

Ele me aconselhou um que eu sequer pensei em olhar. É o Selim Specialized Ariel Comp 143mm. Deu super certo!

Usar bermuda especial para ciclismo: Comprei um modelo unissex da VO²Max. Ajudou bastante, mas eu me sentia mal com ela. Parecia que estava de fraldas e o pior, cheias! Fazer o quê? Era o que eu tinha. Então quando fui comprar minha nova bike, a Gerusa da JC Bikes me mostrou uma bermuda da Mynd que tem modelos femininos com o acolchoado especialmente desenhado para mulheres.

 

 

Experimentei e amei!!! Comprei e abandonei a minha VO²Max. O modelo da Mynd se acomoda perfeitamente ao meu corpo. Há também outras marcas começando a fabricar modelos femininos. Veja mais fotos das peças Mynd no Facebook.

Usar calcinha ou não: A Gerusa pedala muito. Eu comentei com ela que a costura da calcinha me machucava e ela disse que não se usa calcinha com a bermuda de ciclismo. Nunca tinha pensado nisso. Então resolvi tentar. A região da costura da calcinha agradeceu, mas apareceram assaduras e irritações na região urogenital. Consultei meu ginecologista. Ele me proibiu de pedalar sem calcinha e disse que há calcinhas de algodão sem costura e também modelos tipo boxer que eu devia experimentar.

 

 

O Dr. Evandro sempre recomenda o uso de calcinhas de algodão para longos períodos. O problema da calcinha de algodão é que ela não seca rápido. Quem não tiver problemas de alergia com tecidos sintéticos deve optar pela microfibra. Há algumas grifes de lingeries lançando produtos  confeccionados com a chamada supermicrofibra. Eles são mais finos do que a microfibra comum, proporcionam conforto térmico e facilitam a transpiração, porque absorvem e eliminam rapidamente este suor. Isso é ótimo, porque em viagens precisamos de calcinhas que sequem rápido para podermos lavá-las de um dia para o outro.

Uma coisa necessária, no meu caso, é trocar de calcinha no meio do percurso, especialmente se for um dia quente. Isso porque mesmo sendo de secagem rápida, o contato com umidade é extremamente desconfortável e pode causar assaduras, fungos, coceiras.

Estou fazendo uns testes com vários modelos sem costura, mas já constatei que eles já me deram um grande alívio. Quero conhecer as novas opções de calcinhas de fibras naturais de bambu que se parecem com a viscose, com o toque do algodão. Dizem que são muito confortáveis! Algumas marcas fazem nos tecidos um tratamento antibacteriano, que dura muitas lavagens. Enfim, cada mulher tem suas características pessoais. Há quem pedala sem calcinha e acha que é o ideal. No meu caso não funcionou. A gente tem que experimentar.

Uso de creme para assaduras: O Dr. Evandro também recomendou o uso de um creme para assaduras, chamado Bepantol que pode ser usado com várias finalidades além das que estão na bula (dizem que a tradicional pomada Hipoglós também é boa, mas nunca usei). É só passar em toda a região afetada e nas dobras onde a calcinha fica atritando antes de sair para pedalar (a calcinha atrita um pouco mesmo sem costura). Quando volto, passo o creme na região íntima, com assaduras ou não, pois ele tem na sua fórmula Dexpantenol que acelera a regeneração celular. Assim evita-se desconforto futuro. Se estiver com alguma irritação, logo passa o incômodo.

Que calcinha usar depois do pedal: Se possível, o ideal é não usar nenhuma. Durante as viagens, nos horários de descanso e, principalmente, ao dormir, deve-se ficar  sem calcinha que é para a pele respirar e se recuperar para o dia seguinte. Essa recomendação do meu médico serve não só para as viagens de bike, mas para o dia a dia. Depois de um dia inteiro abafando a região genital, é bom dormir sem calcinha e dar um tempo para a pele.

Com essas precauções eu nunca mais tive assaduras, irritações ou dores. No entanto, não estamos fazendo longos pedais porque ainda estou em fase de preparação para uma viagem de cicloturismo. Temos pedalado por 2 a 3 horas em cada dia.  Já fizemos 4 dias seguidos, sem problemas. Acredito que o hábito vai nos tornando mais resistentes também.

Depois que fizermos nossa primeira viagem, provavelmente em outubro deste ano,  poderei constatar se tudo vai continuar bem e compartilhar minha experiência.