28 de outubro de 2011

Dobradinha da Dona Dida

Por Erika Horst

Dobradinha Erika Horst

Outro dia o Eduardo cismou de que queria comer Dobradinha. Depois dizem que quem tem desejo esquisito é mulher grávida… Mas tudo o que meu marido pede, se possível, eu faço. Pensei que ia ser uma trabalheira; teria que preparar outra opção de prato, porque eu nunca tinha comido Dobradinha e não tinha a intenção de comer. Nunca fui com a cara dela, afinal…

Perguntei à minha mãe se ela sabia a receita e ela disse que a melhor Dobradinha que já havia comido era a da minha tia Dida, de Recife. Como TUDO o que a tia Dida faz é muito bom, pedi a receita.

A receita chegou, mas eu estava de corpo mole. Chato ter que cozinhar algo que não se vai comer… Mas minha mãe comprou os ingredientes rapidinho, pois queria que o Eduardo saciasse seu desejo o quanto antes. Ela é o contra fazer marido (ou genro) esperar. Então ela largou tudo na minha mão, foi tomar sol e pediu pra chamá-la quando a Dobradinha estivesse pronta.

Gente, a coisa foi ficando bonita e cheirosa. Abandonei a idéia de comer outra coisa. Minha boca já estava aguada na metade do processo. Ficou uma delícia!!!

O Eduardo e a minha mãe, que já conheciam a iguaria, mataram a saudade. Gostaram muito. Eu, meu pai, meu irmão Frederico e minha sobrinha Camila de 9 anos nunca havíamos comido Dobradinha antes e não estávamos muito animados. Que grata surpresa! Comemos muito! Ainda bem que hoje é feriado (Dia do Servidor Público)! Deu pra tirar aquele cochilo depois da comilança.

Obrigada, Dona Dida! Está aprovadíssima a sua Dobradinha!

DOBRADINHA DA DONA DIDA

Ingredientes:
1 kg de bucho de boi/vaca
500 g de feijão branco
200 g de charque dianteiro (coloque o charque de molho para
dessalgar no dia anterior, trocando a água várias vezes)
200 g de lingüiça calabresa
150 g de bacon
2 tomates picados
1 pimentão
1 ceboba grande picada em quadradinhos
5 dentes de alho picadinhos
1 molho de coentro picadinho
Vinagre
Limão
Sal e pimenta

1ª Etapa: Tirar o cheiro forte do bucho (é um horror aquele cheiro)
Lave bem o bucho com limão. Enxague.
Corte em cubos pequenos (3×3 cm, aproximadamente) e leve ao  fogo com água e suco de 01 limão. Deixe ferver por 02 min. Jogue a água fora, lave a panela e repita o procedimento mais duas vezes. Na segunda e terceira fervura, não é necessário colocar limão.

Curiosidade: Em Unaí-MG, terra da Elizete, minha secretária, eles costumam colocar folhas de goiabeira na água da fervura. Como temos uma goiabeira aqui ao lado, coloquei.
Mas a D. Dida, minha tia de Recife que me passou essa receita diz que só com as três fervuras o cheiro sai.

2ª Etapa: Cozinhar o bucho
Escorra a água da última fervura e tempere o bucho com vinagre ou limão, pimenta e sal (bem pouco).
Lembre-se de que o charque, o bacon e a calabresa já tem sal. Deixe para adicionar mais sal ao final, se necessário.
Leve ao fogo em panela de pressão por 20 minutos.

3ª Etapa: Preparar as carnes
Corte o bacon, a linguiça e o charque em pedaços pequenos.
Em uma panela com 03 colheres de sopa de óleo, frite primeiro o bacon. Ele deverá soltar bastante óleo. Quando já estiver bem  coradinho, acrescente o charque e a calabresa. Frite. Acrescente o alho picado (sem sal), mexa; acrescente a cebola. Frite até a cebola ficar coradinha (bem dourada).
Escorra o óleo e reserve.

4ª Etapa: Cozinhar o feijão
Desligue o fogo da panela de pressão e tire a pressão  imediatamente.
O bucho já deverá estar cozido.
Junte ao bucho, o tomate, o pimentão, o coentro e o feijão.
A água deve cobrir tudo.
Quando pegar pressão, marque 15 minutos.
Desligue o fogo e tire a pressão imediatamente.
Misture o feijão. Os de cima estarão mais duros. Acrescente as carnes. Mexa e coloque na pressão novamente. Lembre-se de que a água deve cobrir tudo.
Marque mais 10 minutos. Verifique o cozimento do feijão. Acerte o sal.

5ª Etapa: Engrossar o caldo e comer!!!
Acrescente 1 pires de cebolinha picada e deixe ferver um pouco com a panela destampada para engrossar o caldo.
Na receita da D. Dida não tem cebolinha. É coisa de goiano. Mas fica bom. Se não quiser colocar, não vai interferir em nada.
Sirva bem quente com arroz branco e farinha. Deixe à mão pimenta  malagueta.

Prepare-se para suar!!!


 

Receita de Edir Horst, a Dona Dida

Serve 10 pessoas