26 de agosto de 2013

Roma – 10 km em sete horas

Por Erika Horst

 Vaticano

 Segundo dia em Roma

Pois é, nesse dia andamos muito! O Google Maps diz que esse trajeto, de mais ou menos 10 km, pode ser feito a pé em umas duas horas, mas nós gastamos sete. Afinal, estávamos passeando, sem pressa nenhuma.

Assim que terminamos nosso café da manhã, fomos até a Via del Corso, onde compramos dois chips para nossos celulares, numa loja da TIM. Com rede de dados nossa vida fica mais fácil. Devidamente “conectados” saímos caminhando em direção ao Vaticano. Logo cedo as ruas já estavam cheias.

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Passamos pelo Mausoléu de Augusto, um monumento construído no ano 28 a.C., por ordem do imperador romano César Augusto, para ser o seu próprio túmulo e de seus familiares. Uma das leis romanas proibia funerais e sepultamentos dentro da cidade, porém Augusto ignorou essa regra e escolheu o Campo de Marte, uma região central de Roma, para a construção do monumento. O mausoléu tem 87 metros de diâmetro e foi todo revestido em mármore.

Hoje não há mais vestígios do mármore e ele está bastante deteriorado. Apesar disso, ainda é muito imponente. Imagine o que deve ter sido! No século XIX o espaço foi usado como arena de touradas e, posteriormente, foi sala de concertos. Hoje não há mais nada funcionando no local. Dizem que ainda está aberto à visitação, mas nos dias em que estivemos em Roma estava fechado.

Do outro lado da rua, encontramos o Museu dell’Ara Pacis, um belíssimo monumento todo esculpido em mármore.

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É uma grandiosa expressão de arte construído no ano 9 a.C. para celebrar o longo período de prosperidade e paz (pax romana) vivido em Roma.

Há controvérsias a respeito dessa pax, mas esse é assunto para outro post.

Seguimos pelo Lungotevere in Augusta, atravessamos a Ponte Cavour para o Prati, um bairro residencial bem charmoso no centro de Roma e continuamos pelo Lungotevere Prati.

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Ali havia várias barraquinhas de artesanatos e outras bugingangas nada baratas. O sol estava rachando e os vendedores aproveitando a oportunidade para vender chapéus. A gente bem que precisava de um refresco para a cabeça.

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Demos uma olhada… Humm, deixamos os chapéus pra lá!

Todo o Lungotevere é muito lindo, em ambas as margens do Rio Tibre (Tevere em italiano). As árvores formam um corredor sombreado belo e muito agradável, principalmente num dia como aquele.

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Logo alcançamos a Corte di Cassazione (Suprema Corte Italiana), um prédio enorme e belíssimo!!!

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Seguindo, chegamos ao Mausoléu de Adriano, hoje chamado Castelo de Sant’Angelo. Foi construído por iniciativa do imperador Adriano para ser o seu túmulo e de sua família.

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Parece que essa história de construir o próprio túmulo era moda. E cada Imperador queria um túmulo mais imponente que o do anterior… O Imperador Adriano, sua esposa Sabina e o imperador Sétimo Severo estão enterrados lá.

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Para proteger Roma dos ataques germânicos, o Imperador Aureliano cercou a cidade com uma grande muralha. O Mausoléu foi parte dessa muralha, tornando-se uma fortaleza ao ser todo cercado e, assim, sua função foi alterada, passando a ser utilizado como edifício militar. Era, na ocasião, o lugar mais protegido e seguro de Roma.

Durante uma epidemia de peste que assolou a cidade no ano 540 d.C,  o Papa Gregório I disse ter visto, no topo do edifício, o Arcanjo São Miguel embainhando a sua espada para indicar o fim da peste.

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Então uma estátua de um anjo foi colocada no topo do prédio que passou a se chamar Castelo de Sant’Angelo, seu nome atual.

A ponte Sant’Angelo, que atravessa o Lungotevere em frente ao Castelo,  possui vários anjos e imagens de evangelistas. No século XVI, foi usada  para exibir os corpos de executados.

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Posteriormente, na época medieval, o Castelo Sant’Angelo foi a mais importante fortaleza pertencente aos Papas. Foi, também, uma prisão política na época dos movimentos de unificação da Itália, ocorridos no século XIX.

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Hoje é um museu aberto à visitação. Seu interior é enorme!  Há vários salões decorados com móveis do século XVI, a prisão, uma grande coleção de armas antigas, uma galeria de arte, belas vistas de vários ângulos e, no terraço, quase 360º de vista de Roma.

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Aja perna para subir tantas escadas até chegar ao terraço. De lá, tem-se uma visão magnífica do domo superior da Basílica de São Pedro, de vários prédios importantes da cidade e de grande parte do rio Tibre.

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Do Castelo Sant’Angelo para o Vaticano é um pulinho. Inclusive o Papa Nicolas III, mandou construir um corredor fortificado, o “passetto“, entre o Castelo e o Vaticano. Pelo passetto o Papa podia se refugiar dentro do castelo, em caso de qualquer perigo.

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Seguimos, então pela Via della Conciliazione, onde paramos para tomar um excelente gelato e, finalmente, chegamos à Piazza San Pietro.

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Havia uma fila quilométrica para entrar na Basílica. Quase desistimos! Mas valeu a pena esperar, porque a Basílica é pura expressão artística. Imperdível!

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Optamos por não visitar a Capela Sistina. Muita gente, muito calor, pouco tempo para ver a cidade. Preferimos continuar passeando. Fomos procurar um restaurante indicado em um blog que andei lendo. Ao chegar lá, a placa na porta fechada dizia que estavam de férias até o dia 02 de setembro. Isso é uma coisa bem comum de se ver por lá. Várias lojas, restaurantes e até hotéis estavam fechados para férias, em pleno verão, quando a cidade ferve de gente. Eles devem ter boas razões para fazer isso. Acho interessante priorizar o descanso a despeito do lucro. Enfim, a fome já nos consumia, então entramos no próximo restaurante que achamos naquela rua, a Trattoria Memmo.

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Há mesas do lado de fora, mas o dia estava muito quente e lá dentro estava bem fresquinho. Foi uma grata surpresa!

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Fomos muito bem atendidos, comemos bem e, pasme: a cerveja italiana ‘Nastro Azzurro’ estava gelada! Foi ali que brindamos ao aniversário de meu amigo Luciano, que estava no Brasil trabalhando àquela hora.

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Em frente à Trattoria Memmo está a Piazza Cavour, que fica do outro lado da Corte di Cassazione.

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O prédio é magnífico em todos os ângulos. Passamos um tempinho ali conversando, olhando a vida passar antes de seguir explorando Roma. É um lugar muito aprazível.

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‘Siesta’ feita na praça, fomos direto para a Via Cola di Rienzo, pertinho dali. Ela é repleta de lojas de todos os tipos, algumas mundialmente famosas, restaurantes, cafés, bed & breakfast, delicatessen, etc. Para quem quer fazer compras é um prato cheio. Ouvi dizer que é uma rua tipicamente frequentada por romanos e que lá não se ouve nada além do italiano. Acho que os turistas estão descobrindo os seus encantos, porque nós não éramos os únicos estrangeiros por ali. Adorei a rua! Foi lá o meu primeiro encontro com a Kiko Make Up Milano. Eu já sabia que todos os produtos da Kiko são bons e têm preços ótimos. De fato, eu fiz a festa, para desespero do Eduardo.

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Nós tínhamos combinado de passar na loja onde encomendei minha bicicleta. Como pretendíamos alugar 2 bikes, decidimos deixar as sacolas da Kiko no hotel. Mas o caminho de volta foi tão encantador que a gente acabou demorando demais. A Zaiga, gerente do iRooms ligou para a loja da bicicleta, desculpou-se pelo nosso furo e reagendou nossa visita para o dia seguinte.

Então saímos novamente para as ruas. Fomos até a Fontana di Trevi. Gente, que coisa espetacular!

Fontana

Fotos não são capazes de reproduzir a emoção de estar em frente à fonte que abasteceu a cidade por séculos, foi cena de filmes famosos, porque a sua magnitude é impressionante! Eu fiquei estasiada.

As pessoas ficam lá por horas, sentadas ao redor da fonte, conversando, observando, admirando…

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Seria um lugar muito romântico se não tivesse tanta gente por perto… No entanto, certamente é um belíssimo ponto de encontro!

Dali saímos já à noite e pensamos em algum lugar para jantar, quando passamos em frente a uma salumeria. Entramos e logo decidimos comprar umas coisinhas para o um jantar diferente. Escolhemos um vinho, algumas frutas, duas alcachofras e pedimos ao salumeiro pequenas porções de salames, presuntos e queijos para o nosso jantar. Ainda estava cedo e decidimos seguir até a Piazza Barberini mas, infelizmente, a Fontana del Tritone, uma das primeiras fontes de Gian Lorenzo Bernini, estava cercada para restauração… não havia nada para ver. Voltamos ao hotel e fizemos o nosso piquenique.

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A seleção de frios e vinho feita pelo salumeiro estava ótima! Nosso jantar foi  perfetto!