Estrada Real – Tiradentes
28/09/2009
De Ouro Preto até Tiradentes tivemos um trecho lindo até Ouro Branco (MG-443). No entanto, foi uma viagem cansativa. A estrada muito ruim, cheia de curvas, parecia nunca ter sido pavimentada. Na BR-383 piorou, porque o trecho asfaltado também não estava bem conservado e tinha muito movimento de carros e caminhões.
Foi uma canseira! Chegamos a Tiradentes à noitinha. Relaxamos um pouco no Hotel Solar da Ponte, tomando o espumante que nos aguardava gelado com frutas. Era o aniversário do Eduardo! E saímos para jantar no Viradas do Largo, um restaurante participante da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança.
Fizemos o caminho até o restaurante a pé, apreciando a calmaria da cidade e na volta, fazendo a digestão, porque foi uma comilança!
O prato da Boa Lembrança se chamava “Póvim cumê qui tá bão”. E tava bão mesmo!
Ficamos impressionados com o tamanho dos pés de couve da horta do restaurante!
No dia seguinte, pegamos uma charrete e fomos conhecer a cidade.
Chafariz de São José de Botas
O Chafariz de São José, uma obra barroca, é considerado um dos mais bonitos do Brasil, foi construído em 1749 e recebeu esse nome em homenagem ao padroeiro dos bandeirantes e dos desbravadores, São José de Botas. Há um oratório no centro com a imagem do santo. Logo acima, o brasão com as armas da coroa portuguesa e no topo uma cruz esculpida em pedra.
A água do chafariz vem por um aqueduto de pedra construído pelos escravos da época, que filtra a água que nasce em uma fonte localizada no Bosque Mãe D’Água, próximo dali.
O condutor da charrete contou que essa fonte abastecia a cidade. A água potável que saia das bocas das carrancas de pedra centrais servia para consumo humano da população e dos viajantes e ainda funciona. Segundo ele, cada carranca representava um desejo e que as moças escolhiam a fonte de acordo com seu desejo. Não consigo me lembrar quais eram. Quando voltar lá, vou perguntar sobre essa história. Reza outra lenda de viajantes que bebendo daquelas águas a pessoa voltaria a Tiradentes.
O chafariz tem também dois tanques laterais: num deles era lavada toda a roupa do povo; no outro a água servia ao consumo dos animais e dos escravos. Ambos estão desativados.
Igreja Matriz de Santo Antonio em Tiradentes
Fica no alto de uma colina e pode ser vista, imponente, de diversas partes da cidade. Lá de cima pode-se vislumbrar toda a região. Sua construção demorou 42 anos (1710-1752)
Quem vê a sua fachada desenhada por Aleijadinho já fica maravilhado. Mas o interior dessa igreja, considerada a segunda igreja mais rica do Brasil, é de uma impressionante beleza! Estima-se que foi utilizado ali algo em torno de meia tonelada de ouro doado pelos mineradores do ciclo do ouro. O órgão de tubos que veio de Portugal em 1785 é algo grandioso! Nas noites de sexta-feira, há a apresentação de um conserto pago: “Concertos ao Órgão”. Não assistimos, pois fomos embora na quinta-feira, mas dizem que é inesquecível!
Desde 1785, há no átrio da igreja um relógio solar feito em pedra sabão – uns dizem que por artesãos locais. Mas há que atribua a obra a Leandro Gonçalves Chaves. É lindo! O nosso guia, condutor da charrete, explicou que o relógio tem duas faces que indicam o horário conforme a posição do Sol no verão ou no inverno.
A Ponte das Forras é uma bela ponte de pedra sob o Ribeiro de Santo Antônio. Ela liga o Largo das Largo das Mercês ao Largo das Forras. “Forras” é uma provável referência às escravas alforriadas que moravam por ali na época colonial.
O Largo das Forras teve parte do seu casario transformado em pousadas, restaurantes e lojas muito charmosos. É de Roberto Burle Marx o seu último projeto urbanístico. Muito agradável, ali se encontram moradores e visitantes. Dali saem as charretes levando turistas para conhecer a cidade pelas ruas de pé-de-moleque. Impossível não se encantar.
No Largo das Mercês, ali no pé da Ponte das Forras, fica o Hotel Solar da Ponte, onde nos hospedamos. Ficamos em hotéis e pousadas muito bons nesta viagem. No entanto, sem sombra de dúvida, o Solar da Ponte foi a melhor experiência que tivemos. Amamos cada detalhe da decoração e conforto do quarto e das áreas comuns, os jardins muito bem cuidados, os pátios, o salão onde é servido o café, o serviço de mesa todo em estanho, impecável, o café da manhã delicioso, servido com tanto cuidado, os atendentes muito bem uniformizados! Puro charme!
Por todos os cantos, não importa o lado da ponte: lojas de artesanato, doces caseiros, artigos em estanho. Uma loucura pra quem gosta do estilo mineiro de ser!
Bichinho
Bichinho é um povoado próximo a Tiradentes. Os moradores locais descobriram na arte a fonte de sua subsistência. Hoje é passagem obrigatória para quem viaja pela região. São inúmeras oficinas de artesanato, movéis de demolição, alambiques, lojas de doces, ateliers. As ruas são de calçamento do tipo pé-de-moleque; as casas são antigas, muito simples, porém graciosas, bem cuidadas. Adoramos!
Tenho muita vontade conhecer Tiradentes. Gostei do post
Continue escrevendo, continue escrevendo… bj
oi erika, preciso urgente falar contigo…. mande seu email pra meu email acima. bjs e lindas fotos! linda viagem!!!